2003


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MARÇO


Sexta-feira, 13 de março de 2003

A AMEAÇA DOS ORGANISMOS 
GENETICAMENTE MODIFICADOS

O Grupo de trabalho POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS iniciou mais uma batalha pois existe a possibilidade de o Governo Federal resolver o impasse da soja transgênica produzida ilegalmente no Rio Grande do Sul autorizando que parte dela seja consumida no País. Isso significa que nós, consumidores, poderemos "pagar o pato" e acabar comendo a soja transgênica, em desrespeito à legislação e à ordem judicial.

Não podemos continuar sendo cobaias do primeiro mundo... Vamos protestar contra a alimentação transgênica assinando URGENTEMENTE a carta básica que será encaminhada para o Governo, que pode ser preenchida no site do Greenpeace em: http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/consumidores/produtos/sojars.asp

Leia a manifestação encaminhada pela ACPO


Sexta-feira, 14 de março de 2003

Justiça: Deputada Federal Iara Bernardi retoma projeto 
de banimento das células de Mercúrio e Amianto

PROJETO DE BANIMENTO DO MERCÚRIO-AMIANTO DA DEPUTADA IARA BERNARDI (PT-SP) Denúncia:  ESCONDER, ATÉ QUANDO. - MERCÚRIO - por Márcio Pedroso

A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) divulga que 8% das 
mulheres têm mercúrio em seu  corpo que poderiam expor os bebês

Uma revisão realizada pela EPA encontra os adolescentes e as crianças muito mais susceptíveis aos agentes  químicos cancerígenos e aos mutagenicos do que os adultos e recomendam novos padrões. - por Bernie


Quinta-feira, 27 de março de 2003

Projeto de banimento do PERCLOROETILENO 
é apresentado na Câmara Municipal de Santos

Em 27 de março de 2003 - foi apresentado na Câmara Municipal de Santos PL - projeto de lei que estabelece o banimento do percloroetileno (tetracloroetileno - C2Cl4). A substância química é altamente tóxica, levando ao comprometimento da saúde ambiental, podendo facilmente atingir os seres vivos, existindo casos muito bem definidos de danos neste sentido. O agente é largamente utilizado como desengraxante e lavagem de roupa a seco. O projeto de autoria do Vereador Dr. Marinaldo Mongon estabelece prazo de cinco anos para eliminação total do uso deste agente tóxico. O projeto se faz necessário pelo fato destas substâncias não serem ainda muito difundidas no nosso território, o que viabiliza ainda mais a ação. Os países do primeiro mundo lutam incessantemente para reduzir o uso desta substância, tendo alguns reduzido em até 70% o seu consumo. Estes e outros países estão agora buscando seu banimento total em face da impossibilidade do seu gerenciamento. A medida é muito importante para livrar o meio ambiente e a saúde pública do grande risco que representa a exposição a esta substância tóxica.

Projeto de Lei


Sexta-feira, 28 de março de 2003

Caso Nuclemon
A radiação que nos ronda

 
Prezados Ambientalistas e Autoridades se pudéssemos outrora ter a cautela que ora se solicita no caso NUCLEMON, não teríamos hoje o que se conhece por condomínio Barão de Mauá. Pedimos o apoio de todos para que o caso NUCLEMON não se torne um fantasma a mais para nos atormentar.
 

Texto: Fernanda Giannasi

 
É Importante ressaltar que o material retirado superficialmente do terreno do Brooklin (área de aproximadamente 16 mil metros quadrados, que segundo a empresa foi uma escavação superficial de 50 cm - ela, inclusive, nega informações que se obteve dos trabalhadores que acompanharam o processo de descomissionamento de que em alguns pontos a remoção chegava até 4 metros de profundidade) - e que está armazenado em Interlagos em containers metálicos (containers marítimos), bombonas e containers menores, em torno de 1.000 ton., como podem ser vistos nas fotos anexas estão irradiando e podem ser detectados fora mesmo dos galpões (mesmo com o contador Geiger, que não é adequado para captar radiações alfa, que são as preponderantes neste material da ex-Nuclemon. O contador Geiger capta as radiações gama ou conhecidas como " X" (quando não naturais), que são mais longas, embora energeticamente ou de intensidade inferior à perigosa radiação alfa.... cujo cumprimento de onda é curto, mas seu efeito é devastador sobre o tecido irradiado, especialmente se ele for ingerido).
 
Há radiação detectada até na cerca que limita o terreno dos vizinhos motivada pelo material armazenado nos 4 galpões...........e isto consta dos laudos que a empresa mesma me apresentou... Em outras palavras: se o material retirado superficialmente do terreno do Brooklin está irradiando, tanto é que eles estão guardados em Interlagos, mesmo que de maneira precária, é de se supor/presumir e adotando o princípio da precaução que o material residual pode ainda estar contaminado. Creio que não é presunção ou haja exagero em supor tal coisa. É quase que óbvio, considerando que o mesotório ou radio 228, que é parte destes rejeitos, ou  a parte mais tóxica (hidróxido bruto de tório), é altamente solúvel em água... Considerando que esta região do Brooklin fica muito próximo do córrego das Águas Espraiadas e que o lençol freático pode estar bastante superficial, e que a empresa armazenou por mais de 50 anos de maneira improvisada e mesmo irregular estes rejeitos, que podem ter penetrado no solo/percolado, não seria exagero pedir auditoria independente ou supor uma possível contaminação profunda no terreno do Brooklin... dizer que a radiação é baixa e que portanto não há perigo, isto é uma balela... sabemos por estudos de cortes que o problema não está na intensidade da radiação e que mesmo baixas doses podem levar a estados mórbidos... Evidentemente que as grandes doses de exposição levam a casos agudos, como os observados em Goiânia com a morte súbita, mas a baixa dose leva ao câncer(tanto é que os casos de câncer observados nas populações em Hiroshima e Nagasaki mesmo estando já na terceira ou quarta geração, devido aos efeitos mutagênicos e citogenéticos).....
 
A INB sempre apresentará os técnicos "seus funcionários", pois é uma empresa que tem um departamento jurídico muito forte e que tentou inviabilizar por anos nossa atuação. Só fechou a unidade do Brooklin depois que isto ficou insustentável e sob fortes pressões do movimento social e ambientalista.
 
A DRTE de SP tem tido um papel deplorável nesta história...cancelaram minha notificação à empresa, alegando que eu estava em licença prêmio quando a fiz (fui obrigada a tirar licença de um mês para atender uma reunião do PNUMA/UNEP/ ONU em Genebra sobre proibição de mercúrio, embora precisasse de apenas uma semana e retornei ao trabalho por não poder parar naquele momento) e que a sede da empresa fica no Rio, o que teria de ser tratado por lá, embora o passivo ambiental e social ficou para nós aqui em São Paulo. Pedi reconsideração deste parecer absurdo à Assessoria Jurídica que ratificou a nulidade de meu ato.
 
A INB foi informada rapidamente por minha Chefia de que não deveria atender minha notificação, que obriga a empresa, entre outros, ao cumprimento da Convenção 115 da OIT, que prevê exames nos trabalhadores ulteriores à exposição....a empresa recorre alegando que não entende isto e que não significa que terá de fazer exames em ex-trabalhadores. O Ministério Público do Trabalho pediu que em mesa redonda viessem prepostos da empresa com poder de assinar Termo de Compromisso e a empresa, utilizando o argumento de ser uma S.A., alegou em sua defesa não poder designar ninguém com tais poderes e nem de firmar nenhum compromisso...que viria para as mesas para ouvir as reivindicações e só aí poder submeter à direção para ulterior resolução.
 
Tudo isto posto, gostaria de expressar meu sentimento de impotência: estamos de mãos atadas... o fato da empresa incorporadora do terreno considerar que possa ser prejudicada por uma outra auditoria é um argumento inaceitável, pois se esta auditoria independente constatar que o descomissionamento foi bem feito, isto dará a ela mais um atestado de ausência de risco para os futuros moradores. Ou será que ela teme que se descubra que isto não foi tão bem feito assim e terá de explicar aos compradores do futuro imóvel que eles foram enganados no ato da compra e quem sabe obrigada até a desfazer estes negócios????
 
Cumpre-nos atuar constitucionalmente para que mais tarde não sejamos acusados de omissão diante de provas tão contundentes: o material retirado do terreno do Brooklin está irradiando e chega em alguns pontos até 0,14mSV de radiação....isto considerando ainda que eles já têm uma proteção/barreira(estão dentro de bombonas plásticas) e isolados por manilhas de concreto (como se pode ver nas fotos) anexas....O que diremos então deste material no solo, sem nenhuma proteção ou isolamento??????? Será que os 50 cm retirados superficialmente são suficientes para afirmar que todo o material contaminado foi retirado???? Devemos evocar o princípio da precaução e não podemos enfiar nossas cabeças no lodo para nos esquivarmos das evidências...
 
Não tenho como solicitar esta auditoria independente e por isto estou me socorrendo do MP.
 
Por último, informo que enviarei toda problemática para o DSST-Depto. de Segurança e Saúde do Trabalhador em Brasília para pedir um novo parecer jurídico independente das mazelas locais e para que possamos exigir da empresa que cumpra o determinado na Convenção 115 da OIT que prevê que em seu artigo 12  que: Todos os trabalhadores diretamente ocupados em trabalhos submetidos à radiação deverão submeter-se a exame médico apropriado, antes ou pouco depois da ocupação em tais trabalhos, e submeter-se posteriormente a exames médicos em intervalos apropriados”. A empresa insiste em interpretar tal norma como sendo durante o período em que o trabalhador esteve vinculado funcionalmente à empresa e me parece que nossa "douta" assessoria jurídica local também assim interpreta.

Só como observação: é uma tendência mundial e a OIT tem adotado para os cancerígenos em suas Convenções mais recentes( a começar pela do amianto que é de 1986) a exigência de controle pós-demissional até por 30 anos, pois o período de latência destas doenças degenerativas pode chegar até 40 - 45 anos... Evidentemente que o texto da Convenção 115 que é de 1960 pode não ser tão incisivo como os mais modernos, mas já esboçava a preocupação de avaliações pós exposição, que no nosso entendimento são os exames pós-demissionais e que evidentemente a empresa entende a favor de seus interesses.

Conto com a ajuda do MP, MPT, MPF e de todos para que possamos de vez esclarecer estes fatos e dar tranquilidade não só aos ex-empregados, como aos futuros moradores do vultoso empreendimento "Les Jardins de France".
 
Muito obrigada
Fernanda Giannasi
 

Sábado, 29 de março de 2003

Vazamento provoca acidente ambiental na Zona da Mata


Local:Minas Gerais
Fonte: O Estado de São Paulo
Data: 29.03.03


Mais de 20 milhões de litros de uma mistura usada na fabricação do papel vazaram de um reservatório em Cataguases. Segundo testemunhas, famílias da região tiveram de abandonar suas residências. (depois descobrirão ser mais 2 bilhões de litros)

Belo Horizonte - O rompimento hoje de um reservatório de uma indústria de papel em Cataguases, na Zona da Mata mineira, provocou um acidente ambiental de grandes proporções, de acordo com informações preliminares da Polícia Militar e da Defesa Civil. Mais de 20 milhões de litros de uma mistura química, usada na fabricação do papel, teria vazado e atingido parte da zona rural da cidade e o rio Pomba, que abastece o município, de cerca de 70 mil habitantes.

O acidente teria ocorrido por volta das 5h. Segundo as primeiras informações, a ruptura de um tanque da Indústria de Papel Cataguases, usado para receber os resíduos da queima de madeira, provocou a morte de animais e atingiu inicialmente o ribeirão Cágado, um afluente do Rio Pomba. De acordo com testemunhas, o pasto ficou coberto por uma camada espessa e escura do produto tóxico e famílias da região tiveram que abandonar às pressas suas residências.

A orientação da PM e da Defesa Civil é para que, a partir de agora, as pessoas evitem beber água e não se alimentem de peixes do rio e produtos da lavoura. De acordo com informações de agricultores da região, o reservatório teria sido construído na década de 80 e apresentava rachaduras antes do acidente. Até agora, a empresa não se pronunciou sobre o acidente. 


Mensagem enviada por: Eduardo Kattah