2003
JULHO
Quarta-feira,
02 de julho de 2003
AMÉRICA
DO SUL DISCUTE REGISTRO
DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
Países sul-americanos discutem em
São Paulo formas de cadastrar as emissões e transferências de poluentes
industriais
São Paulo - Representantes
de nove países da América do Sul estiveram reunidos, entre 24 e 25
de junho de 2003 em São Paulo, para discutir a formulação de inventários
nacionais de emissões de substâncias químicas, mecanismo de controle
de poluição recomendado por organismos como o Fórum Intergovernamental
de Substâncias Químicas e acordos internacionais, como a Convenção
de Estocolmo, sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). Os Registros
de Emissões e Transferência de Contaminantes (RETCs) consistem em
um sistema de informações sobre uma relação de substâncias, escolhidas
por cada país, sobre as quais as empresas devem informar a destinação
- (veja
matéria no Estadão clicando aqui).
A
ACPO esteve presente no evento representando a IPEN - International
POPs Elimnation Network, nos limites da Convenção de Estocolmo sobre
Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), e também pode contribuir
com sugestões, neste tão importante evento que poderá mapear as emissões
tóxicas perigosas e facilitar as autoridades na tomada de decisões,
bem como mostrar a população em geral os riscos de intoxicação que
por ventura poderam estar expostos.
Quarta-feira,
09 de julho de 2003
Projeto
de Lei da Deputada Estadual Professora Maria Lúcia Prandi pede o
banimento do percloroetileno (tetracloroetileno C2Cl4), substância
tóxica organoclorada, potencialmente cancerígena e interferente hormonal.
Prandi
quer banimento de produto tóxico
Preocupada
com as graves conseqüências
da manipulação do tetracloroetileno, a deputada
estadual Maria Lúcia Prandi quer banir a comercialização e o uso
da sustância tóxica em atividades industriais, no Estado de São Paulo.
Para tanto, apresentou o Projeto de Lei 473/03, que estabelece prazos
para o fim do uso e fixa multas para os infratores. A substância é sintetizada
em larga escala pelo homem e sua manipulação pode provocar alterações
comportamentais e físicas, cirrose, arritmias cardíacas e vários tipos
de câncer, entre outras graves enfermidades.
“Informações dão conta de que o Brasil consome aproximadamente 12 mil toneladas/ano
do produto. Com o conhecimento que se tem hoje, não se pode admitir a continuidade
do uso”, enfatiza a deputada Prandi.
O tetracloroetileno é usado como
solvente desengraxante de metais na indústria, principalmente automobilística
e de autopeças. Tem também crescido a sua utilização no processo de
lavagem a seco, atividade que já responde pelo consumo de 4%
do produto no País.
Segundo
explica Maria Lúcia Prandi,
o PL 473/03 foi apresentado por sugestão da ACPO (Associação de Combate
aos Poluentes Orgânicos Persistentes). “A entidade tem tradição
de atuação em defesa dos trabalhadores contaminados da Rhodia
e contra os lixões químicos da empresa. Com profundos conhecimentos
e firme atuação, a ACPO apresentou os subsídios para a elaboração da
propositura, oferecendo mais esta contribuição à luta em defesa
da saúde e do meio ambiente saudável”, destaca.
COMO FICA - Entre
outros aspectos, o Projeto de Lei 473/03 proíbe a instalação de novas
máquinas industriais de lavar roupa que operem com tetracloroetileno,
só ou diluído, em qualquer quantidade, assim como veda uso da
substância em qualquer outra atividade, comercial ou industrial.
“Todas as máquinas já instaladas deverão ser substituídas ou adaptadas, até 31
de dezembro de 2005, para funcionar com outras substâncias que estiverem
de acordo com a legislação. Mais ainda: todas as empresas que comercializam,
compram, vendem, estocam e manuseiam o produto deverão adotar medidas preventivas
para eventual diagnóstico precoce de doenças que possam vir a afetar os trabalhadores.
“Quem desrespeitar a lei estará sujeito
a multas que podem chegar a 1.200 UFESPs - Unidade fiscal do Estado de
São Paulo”, enfatiza Maria Lúcia Prandi, acrescentando que o infrator
poderá ainda estar sujeito a outras penalidades previstas na legislação
brasileira.
AMEAÇA À SAÚDE
- As
primeiras manifestações de intoxicação aguda pelo tetracloretileno
aparecem na forma de alterações comportamentais e físicas, acompanhadas
de dores de cabeça, tontura, falta de coordenação motora, perda da
inibição e depressão. Ainda de acordo com as informações repassadas
pela ACPO à deputada Prandi, o tetracloroetileno é hepatotóxico, podendo
provocar necrose do centro lobular e cirrose. Em altas concentrações,
há evidências de efeitos nefrotóxicos com necrose tubular dos rins
e edema agudo do pulmão.
“Pode afetar,
ainda, o coração, por ação depressora do miocárdio, tornar os ventrículos
vulneráveis e provocar arritmias. Pela ação desengordurante , provoca
severas reações de pele, como queimaduras, ressecamento, rachaduras
e infecções. Além disso, estudos constatam o aumento do câncer pulmonar,
cervical e de pele, maior prevalência de câncer genital, de rins,
de bexiga, pele e linfossarcomas, em comparação com trabalhadores
de outras atividades e com a população em geral.
Segunda-feira,
14 de julho de 2003
PROTESTOS
EM TODO MUNDO CONTRA A INCINERAÇÃO
PRESSÁGIO DO FIM DE UMA TECNOLOGIA MORTAL
É a maior ação em nível mundial já realizada
contra a incineração
São Paulo, 14
de julho de 2003
Mais de
200 grupos em 62 países levarão a cabo hoje ações contra a incineração de resíduos,
buscando advertir os Governos que se esgotou o tempo de validade desta
controversa tecnologia, sendo descabido o esforço do lobby industrial
que tenta agregar "valores" aos seus perigosos fornos como
se fossem modernos equipamentos geradores de energia ou sistemas térmicos
inovadores de tratamento.
No dia 05 e 06 de junho
de 2003, o Dia Mundial de Ação contra a Incineração foi lembrado pela
ACPO na audiência pública realizada na cidade de São Vicente e também
na manifestação lembrando 10 anos de fechamento da poluidora fábrica
da Rhodia de Cubatão que despejou indiscriminadamente cerca de 17 mil
toneladas de agentes tóxicos conhecidos como POPs - Poluentes Orgânicos
Persistentes em vários pontos por toda Baixada Santista/SP - Brasil.
Hoje estamos enviando o presente release aos Meios de Comunicação,
Redes virtuais de internet, Personalidades públicas e da política com
poder de decisão, Órgãos Públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário,
alertando-os sobre os perigos que representa a tecnologia de incineração.
Também estaremos levantando o tema para debate no evento "Áreas
Contaminadas" que se realizará no SESC Santos, no dia 15 de julho
de 2003 das 14:00 às 20:00 horas - com patrocínio da Secretaria de
Estado da Saúde.
"Desesperados para
assegurar a sobrevivência de sua indústria decadente e em estado agonizante,
os promotores da tecnologia de incineração estão se esforçando para
reinventar seus equipamentos dotando-os de artifícios técnicos (maquiagem
verde) para tentar esconder sua nocividade, entre elas estão os incineradores
como fonte de energia limpa e renovável ou "novas" variantes
como a pirólise ou a gaseificação, nomes diferentes para um mesmo processo
velho e desacreditado" - diz Ann Leonard, co-coordenador da Rede
GAIA - Aliança Global Anti-Incineração, Entidade que consiste em uma
coalizão que reúne mais de 375 grupos em 77 países que lutam contra
o desperdício e a queima de recursos renováveis.
Quarta-feira,
16 de julho de 2003
Por determinação do Sr. Secretário de Estado da Saúde Dr. Barradas Barata,
aconteceu no dia 15 de julho de 2003 no SESC em Santos o Seminário sobre Áreas
Contaminadas e Saúde. Técnicos da FUNASA, GVS da Capital, CCI de Santos entre
outros fizeram exposições sobre o desenvolvimento de metodologias para avaliação
em saúde para o caso de áreas contaminadas e também houveram apresentações
sobre os problemas propriamente dito da região da Baixada Santista. Houve
consenso dos palestrantes do litoral quanto a necessidade de um levantamento
epidemiológico e monitoramento em face da contaminação ambiental por substâncias
tóxicas (hormônios ambientais) na Baixada Santista. Em breve apresentaremos
uma transcrição das principais palestras.
Sexta-feira,
18 de julho de 2003
Dia 17 a Plataforma DhESC Brasil, o Programa das Nações Unidas para o Voluntariado
e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, realizaram o lançamento em São
Paulo no auditório da POLIS do Relatório Brasileiro sobre os Direitos Humanos
Econômicos, Sociais e Culturais: Meio Ambiente, Saúde, Educação, Moradia
Adequada e Terra Urbana, Trabalho, Alimentação, Água e Terra Rural, elaborado
pelos relatores(as) nacionais, respectivamente, Jean-Pierre Leroy, Eleonora
Menicucci, Sergio Haddad, Nelson Saule Jr, Lucila Bandeira Beato e Flavio
Valente. O relatório foi apresentado à Comissão de Direitos Humanos
da ONU, em abril, e durante a VIII Conferência Nacional de Direitos Humanos,
em junho. O relatório destinou um importante espaço sobre as áreas contaminadas
por resíduos químicos tóxicos sob o aspecto da nova visão ampliada em Direitos
Humanos.