2002
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Domingo, 03
de fevereiro de 2002
Notícias
de Jornal
Jornal A Tribuna de Santos
Da Reportagem
Carlos Ratton
A mobilização das autoridades e da comunidade da região, para obrigar que a Rhodia, antes de deixar Cubatão, elimine totalmente a Estação de Espera da empresa, localizada entre os Kms 67 e 69 da Rodovia Pedro Taques (que dá acesso à Rodovia Padre Manuel da Nóbrega), está sendo reivindicada pela Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional (ACPO). Isso porque, nesse local, estão acumuladas quase 30 mil toneladas de produtos cancerígenos, pondo em risco a vida de centenas de moradores da área continental de São Vicente.
O diretor de comunicação da entidade, João Carlos Gomes, resolveu, juntamente com uma comissão de funcionários e ex-funcionários da multinacional, iniciar uma mobilização popular para cobrar responsabilidades da empresa, que teve suas atividades suspensas na região desde junho de 1993, por determinação da Justiça.
A direção da Rhodia decidiu, recentemente, desativar em definitivo a Unidade Química de Cubatão em virtude de o Ministério Público ter comprovado a contaminação do meio ambiente por organoclorados (hexaclorobenzeno ou HCB) e também pelo pentaclorofenato de sódio, mais conhecido como pó-da-china, pela unidade fabril, em depósitos irregulares espalhados em diversos pontos de Cubatão, São Vicente e Itanhaém.
‘‘Particularmente em São Vicente, um dos depósitos é essa Estação de Espera que, na verdade é um imenso aterro de lixo tóxico, de alta periculosidade, que está há nove anos no local de forma inadequada. A estação foi projetada para comportar 12 mil toneladas, mas já abriga mais que o dobro de lixo tóxico’’, explica Gomes.
Perigo - O diretor da ACPO diz não ter dúvida quanto aos perigos de uma possível expansão dos produtos tóxicos, a partir da estação, comprometendo o solo e o lençol freático das imediações. ‘‘Se houver algum vazamento, devido à sobrecarga, centenas de pessoas podem ficar sob risco, principalmente quem se utiliza de poços artesianos e consome frutos do mar retirados do Canal dos Barreiros, que já se encontra sob suspeita de contaminação’’.
Segundo João Gomes, além do HCB e do pó-da-china, no local existem diversos outros agentes tóxicos, como a dioxina, chamada de Molécula da Morte. ‘‘Esses produtos provocam no ser humano problemas reprodutivos, hormonais, neuropsicológicos, dermatológicos e ainda o cancêr. O HCB, por exemplo, está entre os 12 poluentes mais perigosos do mundo’’, disse ele, salientando que o Brasil assinou um tratado, elaborado pela ONU, comprometendo-se a paralisar completamente a produção do HCB, devido ao risco para o meio ambiente e para a saúde pública.
Gomes e os demais membros da comissão esperam mobilizar não só a população de São Vicente, mas também de toda a região, no sentido de cobrar uma ação mais eficaz da Rhodia para recuperar a área e solucionar o problema ambiental.
Audiência - O vereador Alfredo Moura (PPS), que acompanha o trabalho da comissão, disse que, após o término do recesso parlamentar, vai sugerir uma audiência pública, na Câmara, com a participação de políticos, lideranças comunitárias e população em geral, visando cobrar responsabilidades da empresa.
‘‘Vou fazer um levantamento de todos os processos e condenações da Rhodia; vou querer saber se a Prefeitura foi omissa na ocasião da contaminação e o que foi feito do dinheiro das multas pagas pela empresa’’. Ele vai sugerir também que o material depositado na Estação de Espera seja removido para a área da fábrica da multinacional em Cubatão, que será desmontada.
Moura também pretende responsabilizar as pessoas que vendem terrenos na área continental, próximos aos trechos contaminados, e também os representantes do Poder Público que permitiram o aterro e a instalação de redes de água e energia elétrica nesses locais.
‘‘Queira Deus, para o bem de políticos omissos e pessoas que defenderam a Rhodia, que as áreas próximas à estação não tenham sido contaminadas. A população não vai pagar por essa irresponsabilidade’’, disse o vereador.
BANCADA AMBIENTALISTA RETORNA AO CONSEMA
Quarta-feira, 06
de fevereiro de 2002
CONTAMINAÇÃO DO LEITE MATERNO
O leite materno tem sido muito castigado nas últimas décadas pela contaminação química ambiental. Vários especialistas, médicos e cientistas tem levantado suas vozes alertando para este fato, inclusive os vários efeitos que esta contaminação tem causado aos fetos e recém nascidos. No Brasil, a Dra. Agnes Soares da Silva, foi uma das primeiras autoridades no assunto a relatar as graves contaminações do leite materno na Baixada Santista.
Recentemente, a especialista
americana Dra. Sandra Steingraber, escreveu o
livro "Tendo Fé: Uma Jornada de Ecologista para Maternidade",
onde aborda os aspectos da contaminação do leite materno. Em seu site http://www.steingraber.com/index.html a
autora fala sobre seu trabalho e assim selecionamos algumas das várias
questões importantes que foram respondidas pela Ph.D. Sandra
Steingraber
Seu livro fala sobre a contaminação química do leite materno ao
redor do mundo. Ainda assim você escolheu amamentar suas crianças. Por
que?
Falando como uma mãe, eu posso dizer que amamentar foi uma alegre experiência
e liberação materna. Estendeu a relação simbiôntica entre eu e minha criança
que eu sentia tão sutilmente enquanto estava grávida, e me livrou de comprar
e preparar papinha e da limpeza de garrafas. Falando como uma bióloga,
eu posso dizer que o leite materno é a melhor alimentação para os bebês, muito
mais superior que as fórmulas infantis. O leite materno está literalmente
vivo: possui células sanguíneas brancas que conferem proteção contra
doenças. Contém açúcares especiais e gorduras que ajudam costurar os neurônios
junto ao cérebro. Protege contra diabete, obesidade, artrite juvenil, e certos
cânceres. O leite humano é insubstituível. E ainda assim, também se tornou o
alimento humano mais quimicamente contaminado do planeta. Está na
hora de iniciar um debate público sobre este problema.
Sobre que tipo de contaminantes você está falando?
Agrotóxicos, retardantes de chama, desodorizador de banheiro, venenos
térmita, solvente de lavagem a seco, PCBs, dioxinas.
Estes são contaminantes comum do leite materno nos Estados Unidos e outros
países industrializados...
Sexta-feira, 08 de fevereiro de 2002
Notícias
de Jornal
Jornal A Tribuna
de Santos
Da Reportagem
Uma reunião realizada na manhã de ontem, na Câmara de São Vicente, com a participação dos vereadores Alfredo Moura (PPS); Wagner Moura (PSB-Cubatão), a deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) e membros da Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional (ACPO), deu início ao Movimento Metropolitano Contra o Lixo Tóxico da Rhodia. O objetivo é cobrar da empresa a total eliminação da estação de espera, onde estão cerca de 33 mil toneladas de lixo tóxico.
A estação fica entre os quilômetros 67 e 69 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, trecho de Pedro Taques, na área continental. Os integrantes do movimento também querem uma solução para as demais áreas afetadas na região.
No encontro, ficou definido que na próxima semana será marcada a data de um fórum regional envolvendo representantes de todos os nove municípios da Baixada Santista, inclusive do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), para discussão e coleta de elementos documentais. O objetivo é exigir da empresa a recuperação ambiental e atitudes concretas para a preservação da saúde de moradores das imediações da estação.
Conforme já foi dito pelo diretor de Comunicação da ACPO, João Carlos Gomes, em caso de vazamento, os moradores estariam expostos a produtos de alta periculosidade, muitos deles causadores de doenças graves, como o câncer.
Para a deputada Maria Lúcia Prandi, falta educação ambiental à população, que não tem conhecimento dos perigos. Ela sugeriu que após o fórum seja realizada uma audiência pública e, posteriormente, que o problema seja discutido nas redes públicas municipais.
‘‘As crianças precisam de formação ambiental, para justamente evitar que, futuramente, aconteçam problemas como este’’. Ela prometeu levar a questão para discussão também na Assembléia Legislativa e pedir à Comissão de Meio Ambiente da Câmara que acompanhe o caso não só de São Vicente, mas de Cubatão e demais cidades da região que foram afetadas. Alertou ainda que uma emenda de sua autoria, prevendo verbas para a realização de um acompanhamento técnico da situação da saúde da população próxima às áreas afetadas, não foi incluída no orçamento do Estado.
Abaixo-Assinado - Paralelamente, ficou definido também para os próximos dias a elaboração de um abaixo-assinado, reunindo milhares de moradores da região, e a conscientização, por intermédio de um carro de som, que percorrerá os bairros próximos às áreas afetadas pelo lixo tóxico.
Em São Vicente, nas imediações dos quilômetros 67 e 69 da Manuel da Nóbrega, trecho de Pedro Taques, estão situados os bairros do Jardim Rio Branco e Parque das Bandeiras, que, juntos, abrigam quase 25 mil moradores.
Ainda ontem, o vereador Alfredo Moura apresentou cópia de um requerimento que será enviado pela Câmara à Curadoria de Meio Ambiente, solicitando informações sobre a situação atual da ação movida contra a Rhodia.
‘‘Segundo análise de um processo encaminhado pela Coordenadoria das Promotorias Públicas do Estado de São Paulo, fiquei sabendo que a Cetesb também teria sido ré no caso da Rhodia. No entanto, a Cetesb é que vem analisando e apresentando resultados sobre o controle da área afetada. Isso é um absurdo. Vamos exigir laudos de outro órgão’’.
Sexta-feira, 15 de fevereiro de 2002
EMPRESA TONOLLI PROMOVE EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
E URBANA AO CHUMBO EM JACAREI - SP
No dia 15 de fevereiro de 2002, a convite do Sr. José Gonçalves Mendonça diretor do Sindicato dos Metalúrgico de São José dos Campos e Região, uma comissão da ACPO esteve em reunião com trabalhadores da empresa TONOLLI patrocinadora de grande contaminação ocupacional e urbana na cidade de Jacareí, presentes na reunião estavam além dos trabalhadores, vários diretores deste e de outros Sindicatos e também os ambientalistas Vicente de Moraes Cioff e José Moraes Barbosa ambos do Fórum Permanente em Defesa da Vida.
Na reunião pudemos levar um pouco do caso Rhodia aos trabalhadores contaminados por chumbo pela empresa e ao final deliberam pela formação de uma comissão de trabalhadores que tentará unir os trabalhadores a um objetivo comum e acompanhar junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo a Representação que foi aprovada por todos os trabalhadores presentes.
Clique para ler a Representação oferecida ao MPE
Domingo,
17 de fevereiro de 2002
COMITIVA
PETISTA FAZ EXERCÍCIO DE IGNORÂNCIA
E CONFUNDE OPINIÃO PÚBLICA EM VISITA A EMPRESA
POLUIDORA NA CIDADE DE CUBATÃO
Mais vamos ao fato que me leva a escrever-lhe: Vossa excelência, em conjunto com outros políticos do PT estiveram em visita (não se sabe a convite de quem....)à uma fábrica de Cubatão, a Carbocloro, indústria que utiliza em seu processo industrial o metal pesado mercúrio. A comitiva do PT (como um verdadeiro exército vermelho...)saiu em defesa daquela indústria como modelo disso e daquilo, sairam maravilhados com as flores, com a lagoa, com os peixinhos, com o almoço, foi tudo encantador.
Peço-lhe que reveja sua posição, se informe melhor e se retrate perante o povo santista.
AMAURI CORRÊA
Quarta-feira, 20 de fevereiro de 2002
Notícias
de Jornal
Jornal A Tribuna de
Santos
Reunião discute eliminação de Lixo Químico
Da Reportagem
Uma grande reunião ao ar livre, acompanhada de coleta de assinaturas, no dia 16 de março, às 9 horas, no Humaitá, e uma audiência pública no dia 5 de abril, às 10 horas, na Câmara, envolvendo representantes dos nove municípios da região. Essas foram as duas medidas definidas ontem de manhã, no encontro realizado no Legislativo, envolvendo políticos, ambientalistas e lideranças comunitárias e integrantes do Movimento Metropolitano Contra o Lixo Químico da Rhodia, iniciado há duas semanas.
‘‘Tivemos aqui cerca que 40 pessoas. Na próxima quarta-feira, às 10 horas, faremos uma nova reunião para definir datas e discutirmos os próximo passos de nossa luta, que já conta com a adesão de vereadores, deputados e lideranças de toda a região’’, disse o vereador vicentino Alfredo Moura (PPS).
O encontro contou com a participação dos vereadores santistas Ademir Pestana (PPS); Odair Gonzalez (PPB) e Sueli Morgado (PT); e do cubatense Wagner Moura (PSB).
Requerimento - Na reunião, foram apresentadas cópias de requerimentos da deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT), encaminhados à Procuradoria Geral da Justiça; à Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia Legislativa; à Procuradoria do Ministério Público e outros órgãos, destacando os motivos do movimento.
O principal alvo das discussões é a Estação de Espera da Rhodia, localizada entre os quilômetros 67 e 69 da Rodovia Pedro Taques (acesso à Padre Manuel da Nóbrega), na área continental de São Vicente. Segundo denúncia dos dirigentes da Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional (ACPO), confirmada pela própria empresa, a Estação abriga cerca de 33 mil toneladas de lixo tóxico.
Além de garantias de preservação da saúde dos moradores da área continental de São Vicente e de cobrar a recuperação ambiental, os integrantes do movimento também pedem uma solução para as demais áreas afetadas na região, em Cubatão e Itanhaém.
Sem risco - Em entrevista recente a A Tribuna, o consultor da Rhodia, Plínio Carvalho garantiu que a Estação de Espera não representa risco à população. Ele afirmou que a área está totalmente recuperada, com monitoramento permanente e tratamento de águas subterrâneas. E argumentou que os produtos ali depositados estão isolados, não produzem gases e nem vazamentos. ‘‘Não há absolutamente risco algum para as pessoas que moram nas imediações’’, disse ele .
Estação - Carvalho revelou que no local existe ainda uma estação de tratamento de águas subterrâneas, cujo bombeamento, além de puxar a água contaminada, gera uma inversão imediata do fluxo das águas, evitando que atinjam os rios e mangues da região.
Sexta-feira, 22 de fevereiro de 2002
WORKSHOP DO MERCÚRIO
São Paulo, nos dias 20 e 21 de fevereiro aconteceu o Workshop Avaliação Global do Mercúrio - Uma Contribuição Brasileira ao Projeto Internacional - A ACPO participou do envento e ofereceu um trabalho sobre os problemas da Baixada Santista relacionados com contaminação por mercúrio.
Folder do Evento | Documento
Apresentado pela ACPO Arquivo.pdf - (1,3MB) |
Dra. Cecília Zavariz |