2002


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MAIO

ZONA DE RISCO

A Agência Estado, acreditando no Direito de Saber da população, reúne aqui todas as áreas contaminadas de que tem notícia, disponibilizando seu arquivo de reportagens sobre cada área e o máximo de informação sobre os produtos, seus efeitos, riscos e medidas a serem tomadas. Abrimos também um espaço para denúncias e para a defesa das empresas e instituições envolvidas nos casos noticiados.

http://www.estadao.com.br/ext/ciencia/zonasderisco/index.htm


MAIO

Quarta-feira, 08 de maio de 2002


BHOPAL, O DESCASO CONTINUA

Mais de 17 anos após a tragédia, os números são assustadores: 20 mil mortos e mais de 100 mil vítimas, a história se repete ano após ano.

São Paulo, 08 de maio de 2002 – Flores e som de cítara marcaram um protesto diferente que envolveu 25 ativistas da organização ambientalista Greenpeace, representantes da ACPO (Associação de Combate aos POP’s) e pescadores da UNIPESQ (União dos Pescadores de Conceiçãozinha, no Guarujá). Os manifestantes fizeram uma cerimônia em solidariedade às mais de 100 mil vítimas de Bhopal, em frente a sede brasileira da empresa Dow Química, em São Paulo.

Os ativistas cobriram a entrada principal da empresa com flores coloridas, simbolizando as vítimas de um dos maiores acidentes químicos da história. Uma placa de metal foi fixada na entrada principal da empresa lembrando o número de pessoas afetadas e com uma pergunta: “ Dow, até quando? “ Uma apresentação de cítara, instrumento musical tradicional indiano, foi realizada pelo músico Luciano Sallun e teve como público parte dos funcionários da empresa.

A organização ambientalista Greenpeace enviou ontem, dia sete de maio (1), cartas aos principais executivos da Dow Química no mundo, para que se pronunciassem favoravelmente ao processo de descontaminação e promovessem a justiça para as vítimas de Bhopal, durante a Reunião Geral de Acionistas (AGM) que será realizada amanhã na cidade Midland, no Michigan, sede mundial da empresa nos Estados Unidos. Protestos em solidariedade às vítimas estão acontecendo na sede regional européia, na Suíça, e na sede asiática, em Hong Kong. 

Na madrugada de 03 de dezembro de 1984, mais de 500 mil pessoas foram expostas a um coquetel de gases letais que vazaram da fábrica de agrotóxicos da Union Carbide (hoje pertencente à Dow Química) em Bhopal, na Índia. Mais de 7,5 mil pessoas morreram na noite do desastre. De acordo com a rede AaCcTt (2) e comunidades locais, hoje, o número de vítimas fatais ultrapassa os 20 mil. São contabilizados em mais de 100 mil o número de pessoas da região que sofrerem com os efeitos da exposição crônica aos gases, manifestados em doenças pulmonares, coronárias, neurológicas e nos olhos, além de provocarem sérios distúrbios nos sistemas imunológico, hormonal e reprodutivo. A população necessita constantemente de atendimento médico, que é inexistente. Segundo dados oficiais, a cada mês que passa, mais um sobrevivente do desastre morre por doenças relacionadas à exposição.

Logo após o acidente, a Union Carbide abandonou a fábrica, deixando para trás toneladas de lixo tóxico. Assim, nos últimos 17 anos, o lençol freático que abastece a cidade vem sendo contaminado. Dessa forma, a comunidade, sem escolha, vê-se obrigada a consumir esta água todos os dias, ingerindo um coquetel de substâncias tóxicas, que inclui clorobenzeno, clorofórmio, tricloroetano e tetracloreto de carbono. Em 1999, uma pesquisa do Greenpeace revelou níveis de contaminação muito acima dos padrões para água potável aceitos pela EPA-US (do inglês, Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos). Os níveis de tetracloreto de carbono são 682 vezes superiores aos permitidos pela agência norte-americana; os de clorobenzeno, 11 vezes; os de tricloroetano, 50 vezes; e os níveis de clorofórmio superaram em 20 vezes os padrões dos Estados Unidos.

Em fevereiro de 2001, a Union Carbide foi incorporada pela multinacional americana Dow Chemicals. A transação comercial envolveu cerca de US$ 9,3 bilhões, criando a segunda maior companhia química do mundo. “O fato de a Dow ter comprado a Union Carbide não mudou em nada a necessidade de descontaminar Bhopal e de garantir o tratamento médico aos sobreviventes. De acordo com a legislação norte americana, à qual a sede internacional da Dow está sujeita, a mudança de dono não retira da indústria a responsabilidade pelo passivo ambiental adquirido. É inadmissível que a Dow adote um padrão de conduta dentro dos Estados Unidos e outro fora.” diz Karen Suassuna, coordenadora da campanha de Substâncias Tóxicas do Greenpeace. “Os acionistas da Dow devem se questionar se é ético uma empresa dispender tanto esforço para construir uma imagem pública e ao mesmo tempo demostrar tanto descaso com o sofrimento imposto à população”

O protesto, que contou com o apoio de organizações brasileiras formadas por vítimas de contaminação, também serve para lembrar às autoridades nacionais e ao setor industrial que casos semelhantes ao de Bhopal também acontecem aqui. Assim como as vítimas indianas, brasileiros também sofrem com a contaminação ambiental e danos a sua saúde causados por contaminantes químicos oriundos de processos industriais. Empresas como a belga Solvay, a gigante Shell, de capital britânico e holandês, a francesa Rhodia, dentre outras, são responsáveis por boa parte da herança tóxica brasileira (3).

“Minha vida hoje depende de medicamentos e é por isso que estou aqui, prestando minha solidariedade àqueles que já se foram e aos que como eu se tornaram para sempre vítimas de uma ação irresponsável da indústria química” diz Márcio Pedroso, contaminado por mercúrio e membro da organização brasileira ACPO (Associação de Combate aos POP’s) com sede em Santos, no estado de São Paulo.

Em janeiro de 1998, o Greenpeace denunciou a contaminação por tetracloreto de carbono e clorofórmio encontrados nos efluentes da planta da Dow, localizada no Guarujá , no estado de São Paulo. A postura da companhia foi negar a possibilidade de dano ambiental. Mesmo após dois anos da denuncia, a Dow recusa-se a pronunciar-se publicamente sobre o assunto.
“Os peixes sumiram, a água está contaminada, não tenho mais de onde tirar meus sustento como pescador, Hoje luto por um futuro melhor para meus filhos, não quero dar a eles a vida que tive, vendo a minha maior riqueza, o estuário do Guarujá, ser destruído pela poluição”. Newton Rafael Gonçalves é pescador caiçara, secretário geral da UNIPESQ e morador a mais de 44 anos do síto Conceiçãozinha, fundado em 1898 e localizado ao lado da planta da Dow Química no Guarujá, litoral do estado de São Paulo.

A forma com a qual a Dow lida com a tragédia de Bhopal está servindo como modelo de negligência para os demais “casos Bhopal” espalhados ao redor do mundo. Até agora a Dow não conseguiu ser um exemplo positivo e seu descaso em assumir a responsabilidade é um modelo para aqueles que pensam que as vítimas desse tipo de herança química podem ser abandonadas a sua própria sorte.


NOTAS AO EDITOR:


A integra da carta enviada ao presidente da Dow no Brasil, José Eduardo Senise, pode ser encontrada no site do Greenpeace: http://www.greenpeace.org.br/bhopal

AaCcTt: Bhopal (Ação contra Crimes Corporativos e Terrorismo Tóxico: Bhopal) é uma aliança internacional para promover a Justiça em Bhopal e um futuro livre da contaminação tóxica. A coalizão inclui organizações de sobreviventes da tragédia de Bhopal como a Gas Peedit Nirasharit Morcha (Bhopal), a Gas Peedit Mahila Stationary Karmachari Sangh (Bhopal), além do Grupo para Informação e Ação, da Campanha Nacional para Justiça em Bhopal (Mumbai), da A Outra Midia (Nova Delhi), CorpWatch e do Greenpeace.

Informações e relatórios técnicos sobre casos de contaminação ambiental podem ser encontrados no site: http://www.greenpeace.org/toxicos ou no hotsite da Agência Estado, no ar desde o dia três de maio: http://www.estadao.com.br/ext/ciencia/zonasderisco/index.htm

Karen Suassuna
Coordenadora da Campanha de Substâncias Tóxicas do Greenpeace
Tel: (11) 3066-1175, (11) 9169.7650.


Domingo, 19 de maio de 2002

Notícias de Jornal
Jornal A Tribuna de Santos


Promotor suspende dragagem de canal

Da Sucursal
Carlos Ratton

O promotor de Meio Ambiente de São Vicente, Fernando Reverendo Vidal Akaoui, suspendeu o processo de dragagem no Canal dos Barreiros, de onde foi retirado o aterro utilizado no Projeto de Urbanização da Favela México 70. Akaoui suspeita que o material utilizado na empreitada, avaliada em R$ 15 milhões e concebida em conjunto com as três esferas de governo - Municipal, Estadual e Federal - estaria contaminado por lixo tóxico oriundo dos depósitos clandestinos da Rhodia, implantados na década de 70 na região continental, e cujos resíduos acabaram sendo levados pelos rios para o estuário de São Vicente.

O promotor instaurou processo investigatório após receber denúncia da Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional (ACPO), formada por ex-funcionários da empresa e pessoas contaminadas por produtos químicos. A entidade explica que o estuário sofre influência direta da bacia do Rio Mariana (na área continental de São Vicente), afluente do Canal dos Barreiros, cujas águas estariam percorrendo áreas adjacentes aos depósitos clandestinos de resíduos sólidos industriais da Rhodia.

Até o momento, 569 sobrados foram entregues pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), que já iniciou a construção de mais 304 apartamentos no local da favela, a maior do Estado, formada por barracos fincados no mangue, que abrigam cerca de 40 mil pessoas vivendo sem as mínimas condições de higiene. Alheias ao possível perigo, dezenas de crianças brincam diariamente no local, no meio das obras, mantendo contato direto com o aterro. Em São Vicente são seis os pontos contaminados.

Akaoui já recebeu duas análises preliminares da gerência da Cetesb, mas, por considerá-las insuficientes, pediu uma avaliação mais completa e segura diretamente ao presidente, Dráuzio Barreto. O documento ainda não foi encaminhado ao Ministério Público.

‘‘Nas avaliações preliminares não foram encontradas evidências que desabonem o material dragado do Canal dos Barreiros e utilizado como aterro. Entretanto, são necessárias análises com um número maior de amostras, para garantir a segurança na saúde pública e do meio ambiente’’, disse o promotor.

Segundo Akaoui, documentos encaminhados pela Cetesb revelam que os compostos químicos encontrados no local estariam dentro dos parâmetros, em níveis não significativos e sem possibilidade de perigo. O promotor afirma, porém, que, segundo a Cetesb, o hexaclorobenzeno (organoclorado), um dos materiais que foram manipulados pela Rhodia, encontra-se acima dos padrões, levando o Ministério Público a pedir a suspensão temporária de novas dragagens, até que tenha dados seguros a respeito do assunto. ‘‘Não se tem segurança nos resultados das análises, porque elas foram feitas de forma insuficiente. Por isso, resolvi pedir a suspensão do processo de aterramento’’, disse Akaoui.

Poluição

O promotor alertou que, caso seja constatada a contaminação do material utilizado no Projeto de Urbanização da Favela México 70, o Ministério Público vai adotar três procedimentos: verificar o grau de contágio das pessoas por intermédio do solo; pedir uma análise dos organismos vivos das imediações do complexo habitacional, para avaliar os possíveis danos causados à saúde pública pela ingestão; e, por último, exigir um monitoramento da Cetesb, com possibilidades até da remoção do material contaminado.

‘‘Vamos definir o melhor projeto ambiental de recuperação da área. Mesmo que esteja contaminada mas o risco seja nulo, por intermédio da cobertura asfáltica e outros processos a Cetesb terá que garantir isso documentalmente e se responsabilizar por tudo que for colocado no papel’’.

Responsabilidade

Finalizando, o promotor não descartou a possibilidade de responsabilizar os governos pelas situação. ‘‘O poder público, toda vez que age ou se omite em questões ambientais, tem responsabilidades. Se o Governo Estadual não fiscalizou e os governos Municipal e Federal continuaram dragando e utilizando o material, terão responsabilidade solidária na questão e podem ser acionados pela Justiça’’.


Sábado, 25 de maio de 2002


Resultados da Campanha realizada pela ACPO entre os dias 21 e 23 de maio de 2002, junto ao Governo Federal e o Congresso Nacional em busca da Ratificação da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) e mitigação dos impactos ambientais e de saúde pública causados pela exposição aos organoclorados na Baixada Santista.

Tivemos o grande prazer de compartilhar com os Amigos do Greenpeace as Ações junto ao Executivo Federal pela Ratificação da Convenção de Estocolmo sobre POPs, representados pela sua Diretora Executiva Srta. Karen Suassuna.


Dia 21 - 12:30H: Reunião com Srs. Luiz Cláudio Meireles, Cláudio Maierovitch Peçanha Henriques e Ricardo Oliva.

Foi protocolizado no Gabinete pelo Sr. Oliva, documento atualizando o caso Rhodia. Informações sobre a Audiência Pública de 05/04/2002 - Breve relato das condições atuais da população exposta, o descaso total com esta população, sobretudo as pessoas potencialmente expostas em Itanhaém - Dados publicados sobre a incidência de hipertensão entre a população próxima às áreas contaminadas - Conclusões do relatório da CETESB sobre a contaminação do Estuarino Santista - A interdição da dragagem de sedimentos de local contaminado para aterro hidráulico da Favela México 70 em S. Vicente, que apresentou em análise preliminar HCB acima do permitido etc. E ao final no documento contêm os seguintes pedidos:

 

1. Elaborar uma campanha emergencial de esclarecimento para população exposta em toda Baixada Santista, empreendendo medidas para suavização dos riscos, tais como: afastar a população das áreas críticas - acompanhamento clínico especializado - monitoramento da água de poço nos locais com probabilidade de serem alcançados pela contaminação – proibição de pesca para fins de alimentação nos locais onde houver níveis detectáveis e preocupantes de contaminação, entre outras medidas que se fizerem necessárias;  

2.Realização de um estudo completo para definir:

a) Os grupos e o número de pessoas que foram expostas aos organoclorados na Baixada Santista;
b) A quais agentes químicos organoclorados esta população continua exposta;
c) Qual a carga quantitativa e qualitativa de poluentes esta população ainda carrega acumulados no sangue, tecidos orgânicos e leite materno (inclusive dioxinas e furanos);


d) Criação de sistema eletrônico (banco de dados) para dispor o projeto, os dados existentes e aqueles gerados por conta deste estudo;
 

3. Determinar quais os agravos de saúde destas populações estão relacionadas com a exposição aos organoclorados (anexo C);

4. Fixar o nexo causal das patologias pertinentes com os contaminantes e as suas fontes de emissão, a fim de adotar medidas e políticas mitigadoras para os impactos adversos que forem identificados nesta população exposta, bem como prever e prevenir os possíveis impactos às futuras gerações;  

5. Outras medidas que Agência Nacional de Vigilância Sanitária julgar necessária para suavizar os impactos aqui previstos.

       Uma breve explanação sobre o caso foi iniciada, relatamos a instalação do Movimento Metropolitano que conta com o apoio da Deputada Estadual, Maria Lucia Prandi e do Vereador de São Vicente, Alfredo Moura - Durante a reunião foi colocado o avanço ainda que modestos dos órgãos ambientais neste caso e de modo geral, mas que infelizmente não foram acompanhados pela área da Saúde - Foi dito que os técnicos que estudaram o caso de Samaritá/Quarentenário aconselhavam a retirada das poucas famílias que ali residiam e o isolamento da área, mas foram ignorados, havendo um rápido adensamento de população na área – Foi colocado à contaminação do estuário e o aterramento hidráulico realizado na favela México 70 com este material tóxico – Foi discutida a probabilidade de haverem mais locais contaminados – Que a municipalização do projeto Samaritá foi uma grande perda para toda sociedade, uma vez que foi totalmente abandonado - Foi apontado a falta de especialização para tratar de doenças crônicas, advindas da intoxicação a substâncias químicas – Foi relatada a falta de controle dos poços artezianos em área contaminada devido ao risco sempre iminente de contaminação e a total desinformação entre as pessoas – Foi relatado sobre a pesquisa realizada pela Dra. Marcília Medrado, onde aponta a região com o maior índice de câncer no Estado - Foi lembrado outros casos como Shell em Paulínia, Vila Carioca, Cidade dos Meninos/RJ e Barão de Mauá.  

Os Srs. representantes da ANVISA ficaram de estudar tudo o que foi discutido, e que o Sr. Guilherme Franco, atual responsável pelo projeto que mapeará os impactos de cinco regiões contaminadas no País e que a Baixada Santista é uma delas. Ao final, firmaram compromisso de entrar em contato para trazer respostas ao ali colocado.



Dia 21 - 14:00H: Reunião com Dr. Jorge Luiz Batista Cavalcanti.
 

Foi declarado que o processo de banimento do Percloroetileno esta seguindo os tramites legal, e que a Agência com muito critério está analisando todas as variáveis que segundo Cavalcante não são poucas, e assim que estiverem reunidos todos os fundamentos certamente a resolução será publicada.

 

Vários outros assuntos foram discutidos como, por exemplo: uso de bactericida em tecidos de roupas íntimas; Benzeno; Metanol; Álcool domiciliar e diluição de agrotóxicos. 


Protocolizamos documento endereçado para Dr. Beatriz Macdowell/ANVISA, onde solicitamos informações e pedimos providências sobre a doação de sangue contaminado por substâncias tóxicas organoclorados, os centros receptores não estão capacitados para dar uma informação conclusiva sobre o assunto.



Dia 21 - 15:00H: Protocolizado documento na FUNASA.

 

Protocolizamos documento no Ministério da Saúde (FUNASA), solicitando informações sobre quais são os produtos químicos e fórmulas que estão sendo usados como inseticidas para combate ao mosquito da dengue e a malária.

 


Dia 21 - 16:00H: Visita ao Gabinete do Deputado Federal Luciano Zica – PT/SP.

 

Onde ofertamos para o acervo do Deputado Luciano Zica, a fita com vídeo documentário “Contaminação Humana por POPs no Brasil”, e solicitamos que pautasse a apresentação do mesmo na TV Câmara. O Deputado Luciano Zica nos concedeu todo o espaço necessário para nossas ações em Brasília, colocando o seu gabinete a nossa disposição durante todo o tempo, o que facilitou enormemente todas as nossas operações no DF. 

 


Dia 22 - Manhã e Tarde: Distribuição de Informativo para os Sr. Deputados Federais.

 

Entregamos e protocolizamos gabinete a gabinete para aproximadamente 600 deputados o informativo “OLHOS ABERTOS” sobre a Convenção de Estocolmo (anexo no e-mail a seguir).

 



Dia 22 - 16:00H: Encontro com jornalista Dioclécio Luz da Folha do Meio Ambiente.

 

Atualização do caso Rhodia e Convenção de Estocolmo.

 



Dia 23 - 10:00H: Audiência com o chefe de gabinete do Ministro do Meio Ambiente, Dr. Joaquim Freire e protocolização de petição para Ratificação da Convenção dos POPs.

 

Protocolizamos no Gabinete do Secretário uma petição, que continha um breve relato sobre os POPs e a construção da Convenção dos POPs e ao final dois pedidos:

 

1) Então, requeremos ao Exmo. Sr. Ministro do Meio Ambiente que se una à premissa de resgatar e proteger o nosso meio ambiente, a vida silvestre, a saúde dos cidadãos brasileiros, bem como as futuras gerações, firmando um compromisso concreto de oferecer ao Governo Federal a possibilidade de remeter para o Congresso Nacional o texto da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) no sentido de que o Parlamento possa apreciar e Ratificar o protocolo na maior brevidade possível.

 

2) Solicitamos também, em face do avanço de transferência de tecnologia de incineração para o Brasil, ora observado, adote-se medidas de contenção total de implantação destas tecnologias em território nacional, uma vez que critérios mais rígidos são exigidos pela citada Convenção sobre POPs para destruição de poluentes orgânicos persistentes.   

 

A REUNIÃO:

 

Ambientalistas do Greenpeace e da ACPO (Associação de Combate aos POPs), e o Deputado Federal Luciano Zica, ouviram hoje do senhor Joaquim Freire, Chefe de Gabinete do Ministro do Meio Ambiente José Carlos de Carvalho, que o governo brasileiro pretende ver a Convenção de Estocolmo Ratificada antes da Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +10, que acontecerá em Joanesburgo entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro deste ano.

 

A reunião solicitada pelos ambientalistas aconteceu no mesmo dia em que se completa um ano desde a assinatura pelo Brasil da Convenção de Estocolmo, da ONU (Organização das Nações Unidas). E faz parte de um conjunto de ações, coordenadas pelo IPEN (International POPs Elimination Network), do qual as duas organizações fazem parte.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, após um ano de tradução, o texto da Convenção foi encaminhado ao Grupo Interministerial (GT), responsável pela análise final do documento. A entrega dos comentários do GT está marcada para hoje e o Ministério do Meio Ambiente deve encaminhar o texto da Convenção ao Itamaraty, para que o mesmo remeta para aprovação no Congresso.

 

“A Ratificação da Convenção de Estocolmo pelo Brasil, cria internamente uma ferramenta legal importantíssima no combate aos poluentes orgânicos persistentes (1) ou POPs, como são conhecidos. Casos de contaminação ambiental envolvendo estas substâncias extremamente tóxicas, já estão sendo discutidos pela sociedade brasileira, como os casos de Paulínia e da Vila Carioca envolvendo a Shell, e o caso da Rhodia em Cubatão”, diz Karen Suassuna, coordenadora da Campanha de Substâncias Tóxicas do Greenpeace.

“O Ministério do Meio Ambiente deve intervir imediatamente na situação de transferência para o Brasil de tecnologias sujas como a incineração, uma vez que a Convenção determina que as fontes de dioxinas sejam eliminadas gradativamente”, disse Jeffer Castelo Branco, presidente da ACPO, que é composta por ex-funcionários e vítimas de contaminação da Rhodia em Cubatão.

 

Os POPs, poluentes orgânicos persitentes, são substâncias químicas produzidas pelo homem e seus impactos na saúde humana e no meio ambiente são devastadores. São bioacumulativos, ou seja, uma vez no corpo humano, não se degradam facilmente, gerando problemas como disfunções hormonais, prejuízos ao sistema nervoso central, danos ao rim, hepatotoxicidade, alterações dos níveis de hormônio, do sistema reprodutivo e indução de aborto em fases iniciais de gravidez, entre outros. (Karen Suassuna)

 

Durante o encontro, a ACPO ratificou o pedido do envio de uma equipe técnica do MMA para avaliar a situação atual dos lixões químicos da Rhodia na Baixada Santista. Reportagens recentes sobre as denúncias acerca da provável contaminação do aterro utilizado na reurbanização da favela "México 70" em São Vicente pelo Hexaclorobenzeno (HCB - um dos doze sujos banidos pela Convenção de Estocolmo),  foram entregues pessoalmente à Gerente de Projetos de Risco Ambiental da Secretaria da Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, Dra. Mariza Verbetto.

 


Dia 23 - Tarde: Protocolizamos Petição em nome da ACPO e IPEN na Secretaria da Presidência da República, na Presidência da Câmara Federal e na Presidência do Senado, solicitando a Ratificação da Convenção dos POPs.

 

Protocolizamos no Escaninho aproximadamente 100 informativos “OLHOS ABERTOS” sobre a Ratificação da Convenção de Estocolmo que foram distribuídas aos Sr. Senadores da República.

 

Protocolizamos também a moção nr. 7 aprovada na Audiência Pública da Câmara Municipal de São Vicente, onde solicita ao Sr. Presidente da República a Ratificação da Convenção de Estocolmo. A Moção é assinada pelo presidente da Câmara.

 



Dia 23 - 16:30: Pequena Audiência com assessora da Senadora Marina Silva – PT/ACRE.

 

Pudemos relatar sobre a Ratificação da Convenção de Estocolmo – Os problemas de contaminação por POPs na Baixada Santista e por todo Brasil – sobre poluição e exposição ao Mercúrio e a Avaliação Global do Mercúrio/UNEP – sobre as ações da ACPO – Ofertamos para o acervo da Senadora uma fita com vídeo documentário “Contaminação Humana por POPs no Brasil”, e solicitamos que pautasse a apresentação do mesmo na TV Senado.

 


Sábado, 26 de maio de 2002

COLETIVO DAS ENTIDADES AMBIENTALISTAS DO CONSEMA
CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE DE SÃO PAULO


Resultado da Assembléia Geral do Coletivo de Entidades Ambientalistas, ocorrido dia 25 de maio de 2002, onde 40 entidades do Estado de São Paulo elegeram, por 39 votos a favor e um nulo, os seguintes nomes para representar o Coletivo de Entidades Ambientalistas junto ao Consema-Conselho Estadual do Meio Ambiente, para o período de junho de 2002 à junho de 2003.

 
Capital
Titular: Heitor Marzagão Tomazzini (AMJS) -  Suplente: Maria Cecília Pimenta (SAAP)
Titular: Carlos Bocuhy (SATS); Suplente: Dorival de Moraes (SAEE)
 
Interior
Titular: Paulo Jorge Moraes de Figuiredo (SODEMAP)
Suplente: Risiere Morgado Junior (PAU-BRASIL)
Titular: Márcia Helena Correia (PROESP)
Suplente: Mauro Wilken (SESBRA)
 
Litoral
Titular: Eduardo Hipólito (MDU)
Suplente: Roberto Francini(Cunhambebe)
Titular: Jeffer Castelo Branco (ACPO)
Suplente: Waltraud Rennert Rossi (SOS Barra do Una)
 
Que a nova representação mantenha a mesma competência, independência e capacidade de enfrentamento das anteriores, obrigando Governo do Estado e empreendedores a rever, mesmo que por via judicial, projetos propostos no Consema que são danosos ao meio ambiente. Sobretudo, é preciso implementar a discussão de políticas públicas, planejamento e gestão.
 
Enfrentamos um momento em que mudanças institucionais são imprescindíveis, pois o modelo institucional posto - SMA, Consema e demais órgãos do sistema - não vem atendendo as necessidades e demandas da sociedade. Mas essas são mudanças que exigem da bancada ambientalista no Consema objetividade, fôlego e muita perseverança.
 
Carlos Bocuhy