2002


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DEZEMBRO


Sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

CUBATÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO
EXPORTA LIXO TÓXICO PARA O PARANÁ
CONEXÃO: CUBATÃO/CURITIBA - A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS TOCADA PELOS INTERESSES ESTRITAMENTE ECONÔMICOS.
 
Sob muito sigilo, teve início nesta sexta-feira dia 13 de dezembro de 2002 a transferência de 6 mil metros cúbicos de lixo tóxico de Cubatão - SP para o aterro industrial da empresa ESSENCIS localizado na rua dos Palmenses, 4005 - Cidade Industrial - Curitiba no Paraná. A transferência está embargada até segunda-feira por uma Ação da ACPO e devido a um problema de ordem administrativa com a CETESB de Cubatão. Trata-se de substâncias altamente tóxicas que causam problemas no organismo humano, acarretando danos ao sistema endócrino, rins, fígado, tireóide, sistema nervoso, fertilidade entre outras presentes numa lista de mais de uma centena de patologias relacionadas a exposição a estas substâncias.
 
A Convenção de Estocolmo sobre POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes), regula várias substâncias como estas em questão, entre elas o hormônio ambiental e cancerígeno HCB, sendo reconhecidas universalmente como substâncias químicas incontroláveis pela ação do homem, portanto não passíveis de gerenciamento, são tóxicas;  persistentes; bio-acumulativas; bio-magnificantes; mutagênicas; teratogênicas; neurotóxicas; hormônios ambientais, interferentes hormonais, e assim altamente prejudiciais ao equilíbrio ecológico global que afeta a qualidade de vida da geração presente, deixando um legado cruel para as futuras gerações.
 
Mais uma vez, a protagonista do episódio de exportação de resíduos para outras cidades é a empresa Carbocloro, que pediu autorização para a Cetesb para enviar o material contaminado para um aterro de resíduos industriais em Tremembé ou para Curitiba. Estes resíduos, em níveis acima dos limites estabelecidos na legislação federal, foram encontrados há cerca de seis meses, durante as obras de terraplanagem para a construção de uma subestação elétrica dentro da empresa.
 
A mesma Carbocloro esteve no epicentro de uma polêmica sobre a utilização de um aterro industrial em São José, quando se tornou público que, mesmo com restrições impostas pela legislação, houve transferência de resíduos tóxicos para a cidade. Desta vez a População de Tremembé foi as ruas exigir o bloqueio da transferência de Lixo Tóxico para aquela cidade, que coloca em risco o bem estar da população. Pressionados os protagonistas e a CETESB resolveram transferir o lixo tóxico para cidade de CURITIBA.
 
A CETESB autorizou a transferência baseada num laudo de empresa particular, portanto foi outorgada autorização da transferência sem que a Diretoria do órgão Ambiental tivesse o cuidado de enviar um dos seus técnicos para verificar onde e em que condições seria estocados estes tóxicos, que tem a preferência de serem destruídos ao invés de estocados. Lembramos que de acordo com a Lei 9.605 (crimes ambientais) as prefeituras, os prefeitos e os responsáveis técnicos bem como os funcionários das agências ambientais estaduais passam a ser criminalmente responsáveis pelas omissões que oferecerem sobre o assunto.
 
O Vale Paraibano publicou que a Assembléia Legislativa aprovou no dia 11/12/2002 um requerimento obrigando a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) a explicar a possível transferência de toneladas de lixo tóxico da empresa Carbocloro, de Cubatão, para o aterro Sasa Sistemas Ambientais, em Tremembé, e que o documento foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Meio Ambiente do Legislativo Estadual, é de autoria do deputado Carlinhos Almeida (PT).
 
Os serviços de remoção (que deveriam ser acompanhados de um destino final de qualidade) iniciou pela fábrica, local onde a poluição já é antiga e provavelmente larga e disseminada que necessita de uma apuração muito mais detalhada, e não pelo aterro sanitário da cidade de Cubatão - SP, localizado no Sítio dos Areiais, onde deveria se ter a atenção voltada, pois lá não havia esta contaminação. Há um privilégio para uma área comprometida e contaminada em detrimento de outra, em que uma ação rápida poderá evitar ainda mais contaminação. Atende-se a outros interesses  em detrimento da lógica da proteção ambiental. 
 
Estes agentes tóxicos não podem ser tratados como substâncias comuns, pois além de sua reconhecida toxicidade possui elevada pressão de vapor, que lhe conferem grande poder de volatilização, penetração e mobilidade, e seu confinamento provisório tem que ser cercado de cuidados a fim de evitar seu escape para o meio ambiente. A manta PEAD que serve para isolar os tóxicos do solo, não é muito resistente aos solventes clorados, sobretudo quando as temperaturas são elevadas, é sabido que outro plástico tem se mostrado muito mais resistentes ao solvente clorado, porém existem notícias de vazamentos em membranas de polietileno de alta densidade, o que demonstra a fragilidade do sistema, além do desgaste natural e sua falibilidade inevitável em razão da vida útil do material. Realidade que impõem um pesado passivo tóxico para a geração seguinte, as quais arcarão com os desmandos da geração presente. Normalmente recomenda-se a destruição deste tipo de substância em face ao risco que representa estando estocado. Hoje temos tecnologias modernas de destruição que não geram dioxinas e deveriam necessariamente ser adotadas neste caso.
 
Na fábrica ao lado da CARBOCLORO, mais precisamente na antiga fábrica da Rhodia, onde uma contaminação com as mesmas substâncias se arrasta a mais de uma década, há  uma procedimento totalmente diferenciado ao proposto e ACEITO pela CETESB e que está em plena execussão, onde não se vislumbra a transferência destes tóxicos para outras cidades, mas sim a destruição completa. Há uma lógica complexa externada pela CETESB que necessita de explicações. Será que o tempo foi capaz de apagar da memória dos Diretores da CETESB o aterro de São Vicente/SP que vaza estas substâncias há anos sem solução.
 
A Transferência de material tóxico de uma cidade para outra, é algo que além de injusto é cercado de situações de alto risco em todas suas etapas, que é agravada pelo fato de se tratar de paliativo que não elimina definitivamente os riscos. Solução final é aquela qual não se impõem riscos ao meio ambiente e a saúde pública, mas infelizmente a solução adotada é uma grande maquiagem. Trata-se de uma grande varrida de detritos tóxicos para baixo do tapete. É injusto, pois a cidade de Cubatão faturou com a receita de fartos impostos adivindos da produção industrial durante décadas a fio, a agora quando surge o pesado fardo dos rejeitos desta produção (os resíduos químicos tóxicos), busca se ver livre destes materiais tóxicos não levantando óbice para transferência deste passivo para outras cidades. Acrescentamos que a Lei Orgânica da Cidade de Cubatão é moderna, pois proibe o recebimento de lixo de qualquer outra Cidade, aceitando e tratando apenas aqueles gerados no município.
 

ACPO


Quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

Jornal A TRIBUNA

 Carbocloro não tem onde descartar aterro contaminado
Material foi recusado em Tremembé e Curitiba

Da Reportagem

A Carbocloro continua tentando encontrar um destino adequado para o material (seis mil metros cúbicos de terra com resíduos químicos) que removeu de uma área ao lado da sua fábrica em Cubatão, para a construção de uma subestação de energia elétrica.

No mês passado, solicitou autorização para levar os resíduos para um aterro regular, aprovado pela Cetesb, em Tremembé. Mas, encontrou resistência de entidades ecológicas daquela região.

Buscou alternativas em Curitiba, obtendo autorização do Instituto Ambiental do Paraná para depositar o material em um aterro regularizado por organismos ambientais.

Alertada pela Associação de Combate aos Poluentes Orgânicos Persistentes (entidade formada na sua maioria por antigos trabalhadores da Rhodia) a Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar) também pediu a proibição do recebimento do material à Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Paraná e ao Ministério Público.

Embora a secretaria ambiental do Paraná tenha recebido laudos de que os resíduos contêm apenas solventes orgânicos, mandou suspender a licença de remessa, para verificar a presença de organoclorados nos novos laudos pedidos à Cetesb.

Busca de solução

Segundo o gerente da Carbocloro, Ademar Salgosa Júnior, mesmo sem ter sido a causadora do problema, a empresa continua empenhada na busca de uma solução adequada para a deposição da terra contaminada. Por isso, entrou com pedido à Cetesb para o envio a aterros industriais aptos e autorizados a receber esse tipo de material.

Lamenta apenas que as soluções apresentadas venham sofrendo pressão contrária sem sustentação ou argumentos técnicos que as inviabilizem. A empresa, atendendo a uma solicitação da Cetesb, vem tentando resolver o problema de forma rápida, para evitar danos ao meio ambiente, pois o local onde o material se encontra armazenado não é adequado.

Carbocloro não tem onde descartar aterro contaminado

Da Reportagem

Os fantasmas do período em que Cubatão era conhecida como um dos lugares mais poluídos do mundo, continuam assombrando o Município. Por falta de um local adequado em Cubatão, a Carbocloro não tem onde depositar a terra contaminada que encontrou, há seis meses, em uma área onde pretende construir uma subestação de energia elétrica. A empresa nunca produziu ou manuseou o material químico encontrado no local, mas como a área hoje lhe pertence, tem a obrigação de saneá-la.

A Cidade não possui um aterro especializado ou uma central de tratamento de resíduos industriais, por isso, a empresa está enfrentando dificuldades para levá-los para outros municípios, como exige a Cetesb.

Essa situação mereceu ontem críticas de dois vereadores - Romeu Magalhães (PPS) e Márcia Rosa (PT) - que exigem da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) mais atenção para esse problema.

Mesmo pagando empresas de fora de Cubatão para remover, depositar e tratar esse lixo em aterros adequados e aprovados por organismos ambientais, a Carbocloro enfrenta oposição de entidades ecológicas dessas localidades.

Sema

Há dias, vem tentando obter licença para colocar o material em um aterro especializado em Tremembé, no Vale do Paraíba, adequado e aprovado pela Cetesb para receber esse tipo de resíduo, numa operação utilizada em todo o mundo.

Ontem, o gerente da Cetesb em Cubatão, engenheiro Marcos Cipriano, disse que está em contato com a regional da Cetesb em Taubaté, à espera de autorização para liberar a transferência dos resíduos.

Além de aguardar a autorização de Tremembé, a Carbocloro e a Cetesb enfrentam dificuldades para convencer as autoridades ambientais do Paraná a autorizar a deposição desse material em um aterro industrial, igualmente apropriado, em Curitiba.

Diante do impasse, a vereadora Márcia Rosa quer que o Governo do Estado interfira e resolva esse problema, já que o Município não tem condições de dar solução para o passivo ambiental decorrente da industrialização nas décadas de 70 e 80.

No final do mês passado, Márcia Rosa pediu à Sema que fizesse um levantamento dos resíduos químicos enterrados no Município. Não recebeu resposta.

Também manteve contatos com a promotora de Meio Ambiente, Liliane Ferreira, em busca de solução para esses passivos.


Sexta-feira, 20 de dezembro de 2002


GLUTARALDEIDO PODE TER SIDO RESPONSÁVEL 
DE INTOXICAÇÃO EM HOSPITAL


Substância química utilizada na desinfecção em leitos de hospitais pode ter ocasionado a intoxicação de funcionários por ocasião de exposição no ambiente de trabalho. A ACPO, levantará o caso e cobrará das autoridades uma investigação minuciosa. Funcionários que manipularam a substância e o local de trabalho serão o foco da investigação que será solicitada. Estaremos disponibilizando na internet os principais estudos e o andamento da investigação.

ACPO 


A TODOS UM FELIZ NATAL 
E PRÓSPERO 2003
SÃO NOSSOS MAIS SINCEROS VOTOS

ACPO