2002


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AGOSTO


Sexta-feira, 02 de agosto de 2002


Biópsias confirmam contaminação por pesticidas em Paulínia (SP)

05h24
MÁRIO ROSSIT

da Folha Campinas


A Secretaria da Saúde de Paulínia confirmou, por meio de exames de biópsia, a contaminação crônica por pesticidas fabricados pela Shell em 120 moradores do bairro Recanto dos Pássaros.

Os exames foram realizados pelo Instituto de Química da USP do campus de São Carlos.

Segundo o levantamento apresentado ontem, 21% das pessoas examinadas tinham DDT. O restante possui em sua gordura algum tipo de drin (aldrin, dieldrin ou endrin).

Conforme a médica da Vigilância Sanitária Cláudia Regina Guerreiro, a presença desses produtos pode causar problemas neurológicos e desenvolvimento de câncer. Para a médica, não há limite de tolerância para a presença deles no organismo humano.

"Os drins deixaram de ser produzidos no Brasil em 1985. (...) Isso mostra que os moradores (...) continuaram expostos aos drins, mesmo após o fim da produção desses produtos", disse ela.

Os exames confirmam, conforme a médica, os resultados obtidos em outro levantamento, realizado pela Centro de Toxicologia da Unesp de Botucatu.
Naqueles exames, pelo menos 80% dos moradores apresentaram drins no sangue.

Os exames de gordura foram realizados, segundo o toxicologista da Unesp Igor Vassilief, porque os drins não ficam muito tempo no sangue. "Essas pessoas já estão passando por tratamento. Em alguns casos, 90% dos pesticidas já foram eliminados do corpo."

Outro lado

A Shell informou, por meio de assessoria, que estranha a demora para a divulgação dos exames. Disse que vai analisar os dados antes de se pronunciar. As biópsias começaram em janeiro.

A Shell já havia contestado os exames da Unesp. Exames feitos pela multinacional descartaram contaminação.

Vila Carioca

A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado não descartam fechar um Termo de Ajustamento de Conduta com a Shell para substituir a ação civil pela contaminação do solo e das águas subterrâneas da Vila Carioca.

O TAC permitiria que a Shell adotasse medidas de compensação ambiental e de atendimento à população sem esperar pela decisão judicial.


Quarta-feira, 07 de agosto de 2002


CONTAMINAÇÃO QUÍMICA NA BAIXADA SANTISTA É DISCUTIDA EM SEÇÃO INFORMAL DA COMISSÃO ESPECIAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM BRASÍLIA 


Convidados pelo gabinete do Deputado Federal Luciano Zica, conhecido por suas importantes ações também na área de meio ambiente, a ACPO participou dia 06 pp. em Brasília da reunião extra-oficial, informal, da Comissão Parlamentar responsável pela elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos, onde foram discutidos aspectos da poluição e contaminação ambiental na Baixada Santista, sobretudo o caso RHODIA e COSIPA. O representante da Rhodia foi convidado, porém não compareceu.

A reunião presidida pelo Deputado José Índio, contou com importantes intervenções do Deputado Luciano Zica, ACPO e dos representes da Família Santos, proprietários de grande área contaminada pela Rhodia em São Vicente, serviu para reforçar os graves problemas ambientais que se arrastam por anos sem uma solução efetiva, sobretudo os danos causados pelas empresas RHODIA e COSIPA, que requerem solução.


Sexta-feira, 16 de agosto de 2002

Faltam "verdes" no Congresso

Síntese:

Campinas, SP - Ambientalistas ouvidos pela Agência Estado vêem o meio ambiente pouco representado no Congresso e listam alguns candidatos com trajetória ambientalista, que acreditam serem indispensáveis para aumentar a visibilidade e a resolução dos problemas relacionados ao tema

Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica: “Os políticos têm diversas posturas em relação ao meio ambiente. Há aqueles que reagem quando o assunto vira notícia, mas se não está na mídia, não estão nem aí. Os corporativos juntam-se em bancadas, como a ruralista ou a imobiliária, por exemplo. São os piores, pois entram nas comissões e gostam de se mostrar como ambientalistas para seus eleitores, mas sempre jogam contra. Existem também os explicitamente contra o meio ambiente, mas são fáceis de tratar, pois possuem posições claras. O que diferencia o ambientalista é que sua posição é ideológica, tem compromisso com as questões coletivas, os direitos difusos e, o principal, faz política pública. É aquele que discute em fóruns, como o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e expõe publicamente os problemas. Entre os candidatos paulistas, destacaria o Fábio Feldmann (PSDB), além do Luciano Zica e do Ivan Valente, ambos do PT. Para o Senado, acho que o Aloísio Mercadante (PT-SP) é uma pessoa com quem se conversa. Estou torcendo também para que a Marina Silva (PT-AC) continue no Congresso. Ela é o sonho do eleitor ambientalista e muitos grandões de Brasília devem pensar, no íntimo, que gostariam de ser como ela quando crescerem”... (Clique aqui, para ler na integra)

http://www.estadao.com.br
Maura Campanili


A Diretoria da ACPO endossa as palavras do Sr. Mário Mantovani e reconhecemos o trabalho sério realizado pelo DEPUTADO FEDERAL LUCIANO ZICA, bem como o excelente trabalho contra a contaminação ambiental na baixada santista da DEPUTADA ESTADUAL MARIA LÚCIA PRANDI , apontada pelo movimento suprapartidário VOTO CONSCIENTE como estando entre os 25 deputados estaduais mais atuantes da Assembléia Legislativa de São Paulo.

Esta Diretoria indica o candidato LUCIANO ZICA para DEPUTADO FEDERAL e a candidata MARIA LÚCIA PRANDI  para DEPUTADA ESTADUAL, ambos buscando a recondução ao Mandato, como uma opção de VOTO CONSCIENTE, onde verdadeiramente os interesses da Nação e do povo Brasileiro estão entre seus mais autos ideais.


ACPO - Associação de Combate aos POPs
Associação de Consciência à Prevenção Ocupacional


Domingo, 25 de agosto de 2002

AMBIENTALISTAS DE SÃO PAULO VISITAM A PLATAFORMA 
PETROLÍFERA DE URUCU – COARI/AM

 

 

Entre os dias 18 e 20 de agosto de 2002, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Estado de São Paulo através do Programa de Apoio as ONGs (Proaong), possibilitaram a trinta ambientalistas de várias regiões do Estado de São Paulo, uma visita instrutiva a plataforma petrolífera de URUCU baseada no centro da Floresta Amazônica.

 

A janela de visita oferecida foi bem aproveitada por todos e creio que além de poder aprender um pouco sobre esta matriz energética que contribui decisivamente para o aquecimento global ora verificado. Pudemos também contribuir com as intervenções de visão ambientalista dos convidados presentes.

 

Levando em conta especificamente da matriz poluente (petróleo), temos que ter em mente que o os lucros obtidos com a degradação da qualidade ambiental, inclusive a urbana e a agressão à saúde humana não serão suficientes para resgatar o passivo criado, tão pouco o giro do capital tem contribuído efetivamente na manutenção adequada da prevenção e da assistência em matéria de saúde pública.

 

Estivemos em URUCU como convidado e reconheço o prazer de poder ver in loco as atividades lá desenvolvidas. Minha impressão de convidado é a mesma quando se depara frente a quadros surrealistas de Salvador Dali (cópia, claro!). O encontro pontual do passado com o presente gerando subsídios que inevitavelmente distorceram ou no mínimo antecipará o futuro de forma “imprevisível”...

 

A “fábrica” em si não nos assusta, pois temos aos montes em SP e sabemos perfeitamente como funcionam. O que contrasta é a floresta ao fundo, uma possibilidade de “desenvolver” a Amazônia aos moldes capitalistas, mas de dentro para fora. O desenvolvimento sustentado ainda não é uma realidade entre nós, temos que cuidar deste exuberante patrimônio Amazônico, a Floresta com toda sua riqueza de valor inestimável, requer muita atenção e, a nós brasileiros é dada a responsabilidade de garantir sua preservação.

 

O que se vê de positivo é o trabalho humano que se desenvolve em URUCU, pois são trabalhadores brasileiros dando um pouco de si para colocar nossa nação numa posição melhorada dentro do cenário mundial, numa sociedade que “optou” por este modelo de desenvolvimento, por esta ótica o complexo impressiona, pode se ver na curta janela aberta a limpeza, manutenção impecável, alta tecnologia, bom aproveitamento energético.

 

Como críticas de segurança mínima ficou em URUCU o seguinte:

 

1) Óculos de segurança de alto impacto (não foram fornecidos aos visitantes).

 

2) Visitantes sob pipe-rack próximos as linhas de PA (deveriam circular apenas nas ruas).

 

3) Máscaras autônomas de ar respirável em quantidade para garantir a fuga dos visitantes em caso de incidentes (não vistas).


Segunda-feira, 26 de agosto de 2002

Ministério Público Federal

Dia 20 de agosto de 2002, diretores da ACPO atenderam a intimação do Ministério Público Federal do Trabalho, convocados para prestar esclarecimentos sobre Representação oferecida relacionado ao meio ambiente de trabalho, contaminado por substâncias químicas tóxicas.