2000


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NOVEMBRO


Sexta-feira, 08 de novembro de 2000

Don Domênico


Dia 08 de novembro participamos da IV Semana Cultural do Colégio e Faculdade Don Domênico, na cidade de Guarujá. Palestramos no modulo de História e Geografia sobre o "caso Rhodia" - Tema: "Poluição - Poluentes Orgânicos Persistentes" - O evento Cultural é de excelente qualidade e julgamos ter levado aos alunos, aspectos importantes do terrível problema que representam os "POPs" para a humanidade, uma dívida muito alta que esta geração esta deixando para as próximas. O capitalismo selvagem, obteve a façanha de faturar negativamente em cima das alma que ainda não se fizeram corpo, irremediavelmente foi alterado o futuro... Vamos ver quem vai pagar por estes crimes...


Clique aqui e veja imagem da palestra


Sexta-feira, 13 de novembro de 2000

 

Dia 13 de novembro de 2000, a ACPO realizou mais uma manifestação em frente à Usina Química de Cubatão, em protesto contra mais um ato covarde da empresa Rhodia. A empresa promove mais um Plano de Demissão Voluntária, sem oferecer sequer um plano de saúde vitalício para os trabalhadores que foram expostos e contaminados pelos pesticidas e solventes organoclorados, esperamos que os trabalhadores reajam e não aceitem mais esta investida contra eles. 

Se esta é uma empresa que trabalha sob a insígnia da "Atuação Responsável" e também financia a seção Jornal-Escola do Jornal A Tribuna de Santos. Então certo é que "Atuação Responsável" não tem responsabilidade nenhuma, e tampouco é o parceiro ideal para a Educação da nossa região.


Clique e veja imagem do protesto


Leia abaixo o panfleto de protesto

 

Companheiro(a),


Estamos aqui em virtude das informações que nos chegaram dando conta de que novamente a empresa deflagra um processo de Demissão Voluntária baseado em manobras intimidativas e fazendo uso de coação, contando mais uma vez com a total omissão e silêncio absoluto do Sindicato dos Petroquímicos da Baixada Santista. Há anos estamos denunciando as más intenções da Rhodia em relação aos funcionários da Usina Química de Cubatão, indistintamente, pois todos nós - militantes da ACPO ou não - somos um problema grave para a empresa, uma autêntica "bomba-relógio" da qual seus executivos e advogados tentam de todas as formas se livrar.

Mantemos nossa posição de que o fato dos companheiros terem permanecido em atividades periculosas e insalubres no interior da UQC e nas áreas dos lixões químicos da empresa foi um erro, que serviu apenas para apoiar os artifícios de marketing da empresa, com objetivo sempre de tentar minimizar diante da imprensa e da opinião pública a seriedade do problema, e ameaçando de agravamento as condições de saúde dos trabalhadores contaminados.

Neste momento de tensão no entanto, diferenças colocadas de lado, mais uma vez estamos aqui para tentar evitar que pressões da empresa levem os companheiros a tomar decisões equivocadas e que uma vez assumidas colocarão em dificuldade futura vocês e suas famílias. 

Continuamos firmes em nossa RECOMENDAÇÃO DE NÃO ADESÃO a qualquer plano de demissão voluntária, pois a mesma implicaria na renúncia tácita e explícita ao direito de readmissão ex-novo previsto no Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, apesar de informações inverídicas em sentido contrário.

Respeitamos a decisão de cada um, mas alertamos sempre para as dificuldades de adquirir novo emprego, uma vez que o mercado de trabalho encontra-se restritivo, e a intoxicação crônica que possuímos dificulta tremendamente a admissão em outras empresas. Também a perda do Convênio 
Médico reveste-se de uma perda grave em termos de direito adquirido, principalmente diante do surgimento de doenças à médio e longo prazos, além daquelas que já acometem alguns dos nossos companheiros.

Um ano depois da empresa ter colocado em prática um truculento e obscuro processo de transferência de funcionários para outras unidades - contando já naquela ocasião com a cumplicidade do Sindicato dos Petroquímicos - a ACPO têm conquistado vitórias importantes no campo jurídico em relação a ditas transferências, confirmando nossas denúncias de que direitos dos trabalhadores estavam sendo desrespeitados, entre os quais o de NÃO EXPOSIÇÃO A QUALQUER AGENTE QUÍMICO EM QUAISQUER NÍVEIS DE EXPOSIÇÃO. 

Diante do quadro atual, causa-nos grande preocupação o fato de alguns companheiros ainda não terem DESAUTORIZADO EXPRESSAMENTE a atuação do Dr. José Tarcísio Buschinelle como seu representante na Junta Médica Tripartite prevista no TAC, por tratar-se de profissional distante e desconhecido dos trabalhadores e ter sido indicado à revelia da vontade dos mesmos, em decisão unilateral e arbitrária do Sindicato dos Petroquímicos, em substituição à Dra. Rosiléa Leal Dias Mongon, médica toxicologista que se destacou na defesa dos direitos dos trabalhadores contaminados.

Lamentamos que este novo episódio de terror protagonizado pela Rhodia ocorra poucos dias após a morte suspeita de mais um ex-funcionário da empresa, contaminado pelos agrotóxicos produzidos na extinta unidade da Rhodia Agro e pelos organoclorados da UQC: nosso companheiro Odair dos Santos de Oliveira faleceu no último dia 25 de outubro vitimado por problemas cardíacos com apenas 46 anos de idade, contribuindo para elevar ainda mais os preocupantes índices de morbidade e mortalidade observados no grupo de funcionários que trabalharam para a empresa em Cubatão.

Conclamamos mais uma vez todos os companheiros a alinharem-se na luta diuturna da ACPO pelo respeito aos direitos dos trabalhadores contaminados e contra a irresponsabilidade da Rhodia, uma empresa inescrupulosa que tem-se notabilizado tão somente pelos seus interesses financeiros e sem nenhum respeito aos valores humanos.

 

A DIRETORIA