QUEIMANDO RECURSOS
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QUEIMANDO RECURSOS
(Resources up in Flames)

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GOVERNOS E CIDADÃOS CONCLAMADOS A AVANÇAR EM DIREÇÃO A META DA PRODUÇÃO LIMPA, DO PROGRAMA DE LIXO ZERO E RECHAÇAR A TECNOLOGIA OBSOLETA DE INCINERAÇÃO

21 de Abril de 2004 -Na cidade de Santos e em vários países ao redor do mundo. A véspera do Dia da Terra 2004, uma coalizão internacional em saúde ambiental, lançou no dia de hoje um relatório que apresenta alternativa realmente sustentável para os problemas do Lixo que cresce principalmente em países em desenvolvimento.  O documento denominado "Queimando Recursos  - As armadilhas econômicas da incineração em oposição à Produção Limpa e uma política de LIXO ZERO” - foi lançado hoje pela Aliança Global para Alternativas à Incineração (GAIA), propõe firmemente que as autoridades redirecionem os milhões de dólares que são desperdiçados com investimentos em incineradores para adoção em uma política sustentável de LIXO ZERO, ou seja, na prevenção e redução do lixo. Diz Ann Leonard, Coordenador adjunto da GAIA: "A incineração incentiva um fluxo de mão única de materiais em um planeta com recursos finitos, fazendo com que torne a tarefa da conservação de recursos e redução da produção de lixo ainda mais difícil - Os políticos e os cidadãos precisam trabalhar juntos para que se possa avançar com soluções baseadas em comunidades sustentáveis, sem o processo de incineração". 

Hoje, durante o Seminário de apresentação prévia do Movimento Eco-Socialista, na cidade de Santos-SP, estaremos lançando juntamente com outras entidades ao redor do planeta o resumo do documentoQueimando Recursos  - As armadilhas econômicas da incineração em oposição à Produção Limpa e uma política de LIXO ZERO, onde uma discussão a respeito será incentivada pelos organizadores, e será apresentada a proposta para Rede do Movimento Ambientalista Caiçara da Baixada Santista para estar agregando a plataforma do GAIA em suas atividades, patrocinando ações em conjunto.

De acordo com o documento Queimando Recursos, preparado pelo Institute for Local Self-Reliance (ILSR), para a GAIA, os incineradores de lixo urbano apresentam muitos problemas e não levam em consideração o local para sua instalação, assim geram poluição levando problemas ao meio ambiente e a saúde pública, os incineradores:  

  • Requer grandes investimentos financeiros das comunidades;
  • Esgotam os recursos financeiros locais;
  • Desperdiça energia com a destruição de materiais que não são renováveis;
  • Contraria e impedem o desenvolvimento econômico local;
  • Destrói as políticas de prevenção, redução, reaproveitamento e reciclagem;
  • Tem uma gestão operacional marcada por problemas;
  • Pode falir financeiramente por redução da demanda;
  • Freqüentemente deixa aos cidadãos e contribuintes o ônus dos prejuízos.

Brenda Platt, diretora adjunta do ILSR autora do relatório, pergunta: "Por que investir milhões de dólares em uma tecnologia que ao término de 30 anos nos deixa uma enorme pilha de cinzas tóxicas, quando aquele mesmo dinheiro poderia ser redirecionado para outras opções mais baratas, muito mais seguras e que são facilmente acessíveis, criam muitos mais empregos, novos negócios, e riqueza para as comunidades locais”. O relatório indica que somente com os recicláveis nos EUA há a possibilidade de oferecer 11 vezes mais postos de trabalho que com a incineração.

Há muito trabalho para tornar o ciclo do lixo sustentável. Somente na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), das 15 mil toneladas de resíduos sólidos domésticos (RSD - lixo urbano) produzidos diariamente 12 mil toneladas terminam nos aterros sanitários do tipo classe III, sendo que 54% são lixo orgânico, 23% plásticos, 19% papelão, 3% metais, 1% vidro. No Estado de São Paulo 70 mil toneladas de resíduos, classes I e II são produzidas diariamente. Das 535 mil toneladas/ano de resíduos da classe I (tóxicos), 53% são tratados, 31% são estocados e 16% são dispostos no solo. Quanto aos de Classe II, 35% vão para tratamento, 2% são estocados e 63% são dispostos. Ressaltando que raramente uma área apresenta todas as condições necessárias para instalação de um nefasto aterro, quer seja ele sanitário ou industrial. E não citaremos, por enquanto, transferência de resíduos industriais tóxicos entre Estados da Federação, que se configurado em transferência de passivo ambiental tóxico produzido em Estados ricos para regiões onde moram comunidades pobres.

O relatório introduz o conceito e demonstra a necessidade de se estabelecer programas para atingir a meta de Lixo Zero, destaca o crescente movimento em direção a programas de Lixo Zero em todo mundo e apresenta numerosos exemplos de comunidades que estão adotando estas medidas com sucesso, enfatiza que as estratégias e alternativas estão ao alcance de comunidades e podem gerar dividendos imediatos. Nos países em desenvolvimento (Sul) onde o lixo orgânico, como os restos de comida, resíduos de jardinagem são os componentes de expressivo volume no total do lixo produzido, onde o programa de compostagem adequadamente projetado é o método mais fácil, rápido e econômico para desviar os descartes dos aterros e lixões.

Queimando Recursos – As armadilhas econômicas da incineração em oposição à “Produção Limpa” e uma política de “Lixo Zero” é um relatório de 93 páginas, respaldado por mais de 100 notas de rodapé, onde podem ser encontrados dados sobre impactos, modelos de programas, e exemplos de falhas na tecnologia de incineração como método de destinação do lixo. A primeira parte do relatório é dedicada aos problemas econômicos relacionados à incineração e inclui uma seção de como podemos avaliar uma proposta de projeto de incinerador. 

A segunda parte enfoca as alternativas em substituição a incineração que é facilmente acessível e finaliza com um plano que compreende os 10 passos para se começar a transitar o caminho de implementação do programa de Lixo Zero a nível local. O resumo do documento na língua portuguesa está disponível no site da ACPO: http://www.acpo.org.br/ e o documento completo em arquivo PDF em espanhol “Recursos en llamas” e outras línguas e outras informações está disponível no site de internet da GAIA: http://www.no-burn.org/RuiF2/Ruifpress.html. Queimando Recursos é a terceira publicação da GAIA desde sua criação em dezembro de 2000, neste período lançou The World Bank Group and Incineration: Bankrolling Dirty   Technologies em 2002 e Waste Incineration: A Dying  Technology em 2003, que no Brasil tiveram respectivamente os seguinte títulos: Financiamento à tecnologia suja: O Banco Mundial e a Incineração e Incineração de resíduos: uma Tecnologia Agonizante.

A ACPO é associada a GAIA uma aliança internacional de organizações comunitárias, instituições de pesquisa e de defesa de políticas públicas, ONGs sem fins lucrativos e ativistas que trabalham para deter a queima de qualquer tipo de materiais descartados e para promover a Produção Limpa, o programa de Lixo Zero e sistemas sustentáveis de manejo do Lixo para que não se transformem em resíduos inutilizados. Tem seu escritório na cidade de Quezon, Filipinas e em Berkeley, Califórnia Estados Unidos. Para mais informação sobre a GAIA, visite o site de internet http://www.no-burn.org/.


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