BUSCA DA INTEGRALIDADE NA PREVENÇÃO - (NOVO)

GLUTARALDEIDO

Considerando que uso inadequado do glutaraldeido favorece um risco real aos trabalhadores e aos usuários de serviços nos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS), o Governo do Estado de São Paulo aprovou através da RESOLUÇÃO SS-27, DE 28-2-2007 da Secretaria de Saúde de São Paulo, uma Norma Técnica que institui medidas de controle sobre o uso do Glutaraldeido.

O Objetivo da norma é manter vigilância à saúde dos trabalhadores expostos aos fatores de riscos químicos, em especial o glutaraldeido, bem como estabelecer medidas de controle para prevenir agravos à saúde dos trabalhadores e dos usuários de serviços de saúde.

Além da ACPO paraticiparam do Grupo de trabalho de elaboração da norma representantes das seguintes instituições: CVS - Centro de Vigilância Sanitária (Coordenador; CVE - Centro de Vigilância Epidemiológica; ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde; FUNDACENTRO/SP; COREN – Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo; APECIH - Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar e; SOBECC – Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização;

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GLUTARALDEIDO É RESPONSÁVEL 
POR INTOXICAÇÃO EM HOSPITAL



Protocolo do Glutaraldeído

Substância química utilizada na desinfecção em leitos de hospitais pode ter ocasionado a intoxicação de funcionários por ocasião de exposição no ambiente de trabalho. A ACPO, levantará o caso e cobrará das autoridades uma investigação minuciosa. Funcionários que manipularam a substância e o local de trabalho serão o foco da investigação que será solicitada. Estaremos disponibilizando na internet os principais estudos e o andamento da investigação.

Em 17 de março de 2004, a ACPO faz uma denúncia ao Secretário DR OSWALDO YOSHIMI TANAKA, solicitando investigação urgente através do ofício 17032004-2, sobre o uso do GLUTARALDEIDO na rede de saúde, produto usado nos hospitais para desinfecção a frio dos instrumentos hospitalares e que pode estar causando mal à saúde das pessoas envolvidas neste processo.

Em 02 de abril de 2004, a ACPO protocolizou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, documento com pedido de informações sobre a substância utilizada em hospitais para esterilização a frio denominada Glutaraldeido, np ofício seguiu um pedido de informação sobre o trâmite de ofício anterior, que até o momento não foi respondido

No dia 17 de julho de 2004 a divisão de Vigilância do Trabalho, realizou a reunião do Grupo Técnico para buscar a elaboração de um Protocolo, visando a discussão do uso controlado do Glutaraldeido. O Grupo que agora agregará mais alguns atores para continuação das discussões, apresentou os trabalhos já realizados como a sistematização dos dados coletados sobre o uso do Glutaraldeido em estabelecimentos assistências de saúde.

Discutido o documento, houve uma rodada de colocações sobre as impressões, específicas, que aumentou ainda mais o conhecimento sobre o assunto. O Grupo ficou de estudar o documento e apresentar sugestões para próxima reunião. Conclusões do documento apresentado: PÁG. 14 - PÁG. 15

Em 08 de novembro de 2004, ACPO, participou de mais uma reunião na Secretaria de Estado da Saúde CVS - Divisão de Vigilância Sanitária do Grupo Técnico que busca a elaboração de um Protocolo, visando a uso controlado do Glutaraldeido.

Em 10 e 26 de fevereiro de 2005, 2, 11 e 17 de março de 2005, ACPO realiza reunião interna para retomar os estudos e desenvolver propostas sobre o Glutaraldeido.

ACPO encaminha proposta sobre o protoclolo do Glutaraldeido à Secretaria de Estado da Saúde CVS - Divisão de Vigilância do Trabalho. - Clique aqui para ler a proposta.


O que é o Glutaraldeído?

O Glutaraldeido é uma substância comumente utilizada para desinfecção a frio nos hospitais e afins da rede pública e privada no Brasil. Os profissionais de saúde (auxiliares de enfermaria, enfermeiros, pessoal de limpeza, entre outros), e possivelmente os pacientes em regime de internação, podem estar sendo expostos em razão do emprego deste e de outros agentes químicos tóxicos em expurgos e processos de desinfecção e que possivelmente pode estar causando um problema de saúde pública e meio ambiente não notificado e que requer estudo a respeito.

O GLUTARALDEIDO, neste caso fabricado pela Basf, utilizado neste processo de desinfecção e que em muitas vezes o pessoal que manipula tal agente, sequer é orientado sobre como utilizar e seus possíveis efeitos sobre a saúde humana. Ressaltamos aqui os danos causados à saúde de um destes profissionais, a Sra. Tânia Pella Venturi, que sofreu um "acidente" com a substância e que tem nos alertado através de seus estudos a potencialidade desta substância de causar danos à saúde humana o que nos leva a acreditar que há possibilidade de estar também causando problemas à saúde de outros profissionais em outros estabelecimentos e pessoas não relacionadas ao trabalho (pacientes). Ressaltamos este fato de intoxicação ao Glutaraldeido não deverá, provavelmente, ser um problema exclusivo no local de trabalho da Sra. Tânia, mas sim uma forte possibilidade de estarmos diante de um caso potencial de intoxicação sutil e generalizado de trabalhadores, com sérias repercussões necessitando de pronta investigação.

Pesquisas preliminares, junto a alguns profissionais de saúde nos levam a crer que tal substância poderá estar causando problemas que não estão sendo notificados. Nossa experiência nos diz que apenas os casos mais graves se tornam passíveis de registro, sendo que uma grande parcela de trabalhadores passa uma vida, expostos aos efeitos subagudos e crônicos, convivendo com problemas de saúde sérios que lhes reduzem consideravelmente sua qualidade de vida, podendo evoluir para quadros terminais e fatais, sem, porém jamais terem sido relacioná-los às exposições químicas sofridas no local de trabalho.

Outro fato a destacar é que os acidentes muitas vezes são encarados como situação individual e/ou pessoal, e o atendimento médico oferecido não leva em consideração a necessidade da adequação do local de trabalho e de mudança de padrões e procedimentos.

A visão empresarial corrente que leva em conta a redução de custos e a competitividade dentro de um modelo de globalização não pode continuar nos levando a tomada de decisões e implementações de práticas que desprezam os testes, a proteção e segurança dos trabalhadores e terceiros, afetados pelos novos métodos, muitas vezes pouco experimentados para uso em larga escala.

O GLUTARALDEIDO, Fórmula molecular: C5H8O2, Fórmula estrutural: CHO-(CH2)3-CHO, de Densidade: 0.72 e CAS: 111-30-8 é uma destas substâncias tóxicas que além dos possíveis benefícios registrados, podem estar trazendo terrível prejuízo a uma parcela de pessoas que não estão enquadradas a qualquer tipo de avaliação epidemiológica e de estatística direta que comprove que sua toxicidade tem causado danos irreparáveis a estas pessoas que entram em contato com o agente pelas diversas vias. O GLUTARALDEIDO tem as seguintes características:

Propriedades Físicas No estado puro, o Glutaraldeido apresenta-se sob a forma de um líquido oleoso ou de cristais incolores, de cheiro característico. É solúvel em todas as proporções na água e no etanol.

Na prática o produto encontra-se sob a forma de soluções aquosas contendo geralmente 25 ou 50 por cento em peso de Glutaraldeido. São líquidos incolores, pouco voláteis, de reação ligeiramente ácida.

Propriedades Químicas O Glutaraldeido é um produto muito reativo que pode se polimerizar na presença da água. A reação de condensação é mais rápida em meio alcalino e pode tornar-se violenta em contacto com bases fortes. -As soluções aquosas de Glutaraldeido levemente ácidas, são relativamente estáveis. A ação de um estabilizante (por exemplo, o metanol) permite conservá-las por mais tempo. O Glutaraldeido e as suas soluções aquosas corroem numerosos materiais, nomeadamente o aço, o ferro galvanizado, o alumínio, o estanho e o zinco.

Para o armazenamento das soluções aquosas de Glutaraldeido é conveniente usar o aço inoxidável e certo plásticos reforçado de fibra de vidro. Correntemente utilizam-se recipientes revestidos interiormente com resina fenólica, ou melhor, barris em polietileno protegido por invólucro metálico.

Aplicações Componente de preparações bactericidas, nomeadamente para a desinfecção a frio de instrumentos médicos. Microbicida para o tratamento das águas de refrigeração industriais, agente para curtimento de couros, agente de melhoria da resistência à água nas indústrias de papel e têxtil. Mecanismo de Ação O Glutaraldeido tem potente ação biocida, é bactericidas, virucida, fungicida e esporicida. Sua atividade é devida a alquilação de grupos sulfidrila, hidroxila, carboxila e amino dos microrganismos alterando seu DNA, RNA e síntese de proteínas. A atividade esporicida se deve ao fato do Glutaraldeido reagir com a superfície do esporo, provocando o endurecimento das camadas externas e morte do esporo.

Efeitos à Saúde Humana Outros efeitos de superexposição: Pode causar leve sensibilidade na pele em uma pequena proporção de indivíduos e apresentar-se como uma dermatite alérgica de contato. Isto geralmente resulta do contato com o líquido, mas ocasionalmente poderá haver uma reação ao vapor de Glutaraldeido. Pode causar asma, particularmente em indivíduos com maior tendência em desenvolver reação alérgica a alergênicos ambientais comuns. Sensibilidade estudos em animais e em seres humanos, evidência de hiper-sensibilidade ao contato a longo prazo em 68% dos animais testados.

PESQUISAS REVELAM QUE O VAPOR DE GLUTARALDEIDO PODE CAUSAR RENITES, SINUSITES, PNEUMONITES, CONJUTIVITES, GRAVES IRRITAÇÒES OCULARES OU ATÉ CEGUEIRA, DERMATITES, SENSIBILIZAÇÃO, FORA OUTROS AGRAVAMENTOS QUE PODEM ADVIR DE CADA AMBIENTE ONDE USADO E DE HISTÓRICOS PESSOAIS.

Taiza Florêncio Costa, em sua dissertação de mestrado (2002), conclui que as substâncias químicas no ambiente hospitalar são em grande número detectadas pelos trabalhadores de enfermagem, e que mesmo apontando os efeitos e propondo soluções, há carência de informações claras sobre os riscos da exposição, fato este comprovado pela reduzida notificação de acidentes com substâncias químicas. Em síntese, este estudo contribuiu para subsidiar propostas de prevenção. - Pesquisa Rede WWW no período de 01 a 30 de Janeiro de 2003.

Assim pela periculosidade do Glutaraldeido, pela possibilidade de interação com outras substâncias químicas que pode resultar na potencialização dos efeitos tóxicos, sobretudo dentro dos hospitais; pelo fato de existirem pessoas ultra-sensíveis a determinadas substâncias (susceptibilidade), o que não afasta os efeitos crônicos e subagudos sobre aquelas pessoas menos sensíveis; pela necessidade de se buscar sempre o índice de exposição química zero e que as taxas mínimas recomendadas para efeitos severos não contemplam adequadamente efeitos crônicos causados pelos agentes tóxicos que reduzem sensivelmente a qualidade de vida do cidadão e; pela incerteza científica que se arvora sobre conhecimento das ações e interações químicas em face das novas descobertas de interferências hormonais causadas pelos agentes químicos (os hormônios ambientais) que afetam pontos sutis em nível de DNA; pelos dados disponibilizados que dão conta que em nível de Brasil, as médicas jovens (da 3ª década) morrem mais de tumor de mama do que as outras profissionais, e que também se constatou que o índice de mortalidade por suicídio entre os médicos é bem superior àquele encontrado na população em geral.

ACPO